CONHECIMENTO ESPÍRITA Muitos observadores perguntam por que motivo o ardor dos espíritas na preservação e na divulgação dos mecanismos que abraçam. Estranham-se-nos o zelo – parte esse zelo dos espíritas encarnados e desencarnados, - nas instituições e avisos em torno da imortalidade, da esperança, do serviço, do bom senso, da justiça. Porque tamanho interesse por uma doutrina que insiste em prestigiar as manifestações e as palavras dos mortos, se os homens estão chumbados ao solo do mundo, com as necessidades e problemas do mundo? - Indagam afoitas inteligências que se presumem de escol. Isso, porém, é o mesmo que se reunirem legiões de crianças para saber dos motivos pelos quais os adultos lhe traçam disciplinas e lhes erguem escolas. Se o menino de hoje será o homem de amanhã, o espírito encarnado agora será o espírito desencarnado no futuro. Estamos jungidos uns aos outros por inevitáveis conjugações. O conhecimento espírita, na essência, é tão importante no reino da alma, quanto a alfabetização nos domínios da vida comum. Não tivéssemos o ensino, e a sociedade humana não passaria da selva. Poderíamos julgar como insensatos os professores que se devotaram à educação no curso dos séculos? Assim, o Espiritismo, doutrina que restaura o Cristianismo na sua pureza, é a religião natural da consciência na terra e no universo. Apoiemo-la na expansão necessária, iniciando-lhe a propaganda no exemplo individual e estendendo-a através do livro, do impresso avulso, da palavra, da preferência, da atitude. A humanidade tem tanta necessidade do conhecimento espírita como precisa de pão, de antibiótico, que devem ser fabricados e armazenados antes que a infecção contamine o corpo ou que a fome apareça. Sucede assim porque todas as criaturas, queiram ou não, ressurgirão da morte retomando os patrimónios da vida, nas mesmas circunstâncias em que a pessoa habitualmente desmaia no sono, cada noite, para despertar consciente na manhã seguinte, com as aquisições felizes ou infelizes em que se achava na véspera. À vista de semelhante realidade, embora respeitando as convicções dos outros, no que se refere ao plantio e cultivo da instrução espírita, a nossa obrigação é compreender, edificar, servir e continuar. ANDRE LUIS