No livro que comentei tem justamente essa técnica de maneira bem descrita:
"Técnica da Concentração
Vieira apresenta esta técnica como procedimento para produzir
experiências fora do corpo [Vieira, 15; página 434]. A razão pela qual
descrevo parte desta técnica nesta seção é em função da experiência
pessoal. Todas as vezes que apliquei a técnica da concentração para
sair do corpo, tive várias percepções de clarividência, variando desde
simplesmente ver a dimensão energética até instâncias onde pude ver
consciências extrafísicas no ambiente.
O exercício consiste em olhar para a chama de uma pequena
vela colocada sobre um prato largo, a cerca de três metros de
distância. Você deve estar sentado em uma poltrona ou sofá
confortável, com a cabeça preferivelmente apoiada para permitir um
relaxamento maior dos músculos do ombro e pescoço, enquanto
olha diretamente para a chama.
Como medida de segurança, você deverá usar uma vela curta, de
três ou quatro centímetros, e usar a própria parafina derretida da vela
para fixá-la em um prato grande, de uns vinte e cinco centímetros de
diâmetro, de modo que, se a vela cair, a chama fica contida dentro
do prato.
E importante observar também se não há a possibilidade de algo
(uma cortina ou peça de roupa, por exemplo) cair sobre a chama e
causar um incêndio. Para minimizar o risco, você pode colocar a vela
dentro de um copo alto ou jarra de vidro transparente, com a
abertura para ventilação voltada para cima. Para reduzir o risco de
incêndio a zero, existem simuladores de chama de vela, com uma
lâmpada que pisca e varia a luminosidade de maneira parecida com a
chama, algo que você poderia encontrar em lojas de artigos para
festas.
O tipo da vela pode fazer diferença. O ideal é uma vela sólida,
sem furos paralelos ao pavio. A parafina derretida deve escorrer de
maneira aleatória, dando mais movimento para a chama. O diâmetro
da vela deve ser menor que três centímetros, pois as velas mais
grossas tendem a gerar uma chama curta e que não se move muito.
Uma vela de aniversário, das mais finas, pode servir, desde que dure
o tempo suficiente para a técnica.
O pavio da vela também deve ser observado, pois a combinação
deste com a parafina é o que dá uma chama de uma altura um pouco
maior e mais dinâmica. Um pavio muito fino ou com poucas fibras,
em geral, produz uma chama muito fraca. A ideia é ter uma chama
forte e dinâmica, que facilite a concentração do observador.
O quarto deve estar iluminado somente pela vela, sendo o ideal
aplicar esta técnica à noite.
Os passos:
1. Comece o exercício com uma breve mobilização fechada
das energias, que dure cerca de dez minutos.
2. Abra os olhos e focalize diretamente na chama da vela,
buscando concentrar a sua atenção exclusivamente na chama e em
seus movimentos. A técnica projetiva baseada neste princípio é um
pouco mais elaborada, a partir deste ponto, mas para efeitos de
clarividência, basta fixar o olhar na vela e buscar esquecer o mundo
ao redor.
3. Mantenha os olhos abertos, minimize os movimentos do
soma e silencie os pensamentos. Concentre-se exclusivamente na
chama e prossiga desta maneira, durante um mínimo de vinte
minutos. As percepções descritas na seção “Começo da Percepção
Extrafísica”, capítulo “Características da Clarividência”, são muito
comuns nesta técnica.
4. Ao final, feche os olhos e trabalhe mais uma vez com a
técnica da OLVE, buscando chegar ao estado vibracional nesta
condição maior de relaxamento.
Há vários aspectos facilitadores da clarividência neste procedimento. A condição de iluminação reduzida ajuda devido à
diminuição do estímulo intrafísico, facilitando a identificação da
percepção de clarividência.
Além disso, há a questão de ter algo brilhante na parte central de
sua visão, em forte contraste com a penumbra do resto do ambiente,
o que, de certa maneira, anula a visão central e favorece a percepção
periférica, que, por sua vez, contribui para o início da clarividência.
Outro fato é que o movimento e brilho variável da chama têm
algo de especial que prende a atenção, conduzindo o experimentador
com mais facilidade a um nível de relaxamento profundo, com uma
boa lucidez, ou seja, a um estado otimizado para experiências visuais
extrafísicas. "