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Praça da Catedral no Astral


valdineicruz

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Autor: Andariluz

Experiência: Praça da Catedral no Astral

Data: 05/03/2012 - Madrugada

Fiz minhas preces e deitei mais cedo com intenção de dormir devido ao cansaço de uma viagem que fiz durante o dia.

Costumo deitar a meia noite, mas às vinte e três horas o corpo pedia para descansar.

Embora deitado e cansado o sono não veio. Acredito que por ter tomado café no inicio do anoitecer a cafeína me deixou desperto. Não tenho certeza sobre isso.

Continuei deitado e resolvi relaxar. Coloquei os fones de ouvido e uma música bem suave. Fiquei relembrando como tinha sido a viagem que fiz com minha mãe para visitar um tio que estava em outra cidade.

Fiquei pelo menos uma hora e vinte relaxado na cama, então a música terminou, retirei os fones de ouvido e continuei de olhos fechados.

De repente senti um puxão energético em todo meu corpo, como se estivesse caindo. Estava em estado vibracional. Em alguns segundos senti meu corpo extrafísico fora do corpo físico, mas fiquei com receio de abrir os olhos.

Como sabia que estava projetado e que não podia perder aquela experiência, resolvi abrir os olhos devagar. Eu estava flutuando bem alto acima de uma região que não conseguia identificar. No físico eu tenho muito medo de altura, mas no astral este medo não existe. Embora eu olhasse para baixo na tentativa de identificar onde estava não conseguia enxergar o solo com nitidez. Era como se uma neblina embaçada de cor verde musgo e cinza cobrisse toda a camada abaixo de mim.

Por ainda ser iniciante na experiência de projeção astral, sempre me vem o desejo de confirmar se realmente estou projetado. Só este desejo já seria uma confirmação de que estou fora do corpo e consciente, porque quem está em sonho inconsciente não questiona se está ou não sonhando. Pensei em voltar para meu quarto e ver meu corpo na cama, mas sei que a aproximação do campo energético do meu corpo físico me faria sair da experiência. Mudei de ideia e resolvi fazer algumas evoluções no ar, afinal eu estava solto no espaço a certa altura.

Não me ocorreu de verificar como estava vestido no astral - é interessante que em espírito não temos algumas preocupações que são inerentes do corpo físico.

Fiz algumas acrobacias e uma brisa fresca batia em mim. Senti uma sensação de liberdade total.

Então fui “puxado” para outro lugar já com a visão muito nítida. Estava com os pés no chão e o local era a praça central onde fica a catedral da minha cidade.

No astral a aparência dessa praça era a mesma que tinha antes da revitalização feita pela prefeitura, onde tinha muitas árvores, uma fonte e uma mureta baixa que as pessoas ficavam sentadas à sombra. Eu gostava muito desta praça quando ela ainda era assim.

Notei que embora essa aparência me fosse familiar, a praça estava dividida em dois aspectos. Por ter um plano inclinado, na parte de baixo tinha uma aparência muito sombria, sem luz e sem vida. Na parte de cima era mais iluminada, onde eu conseguia ver o piso e onde fica a catedral. Na parte de baixo existiam dois banheiros públicos e a fonte que se encontrava desativada há muitos tempo, depois da revitalização ela ficou com aparência mais “clean” com menos árvores e a fonte foi retirada. Eu consegui perceber que a praça se dividia em uma parte com luz, e uma parte sem luz. A parte com luz era na região que fica a igreja – interessante. Fiquei com um pouco de medo de encontrar um espírito e me assustar. Tentei volitar, mas embora fizesse um esforço, consegui subir apenas uns dois metros do chão. Isso me confirmou na prática que em regiões densas a volitação é quase nula. A única opção era caminhar. Fiquei andando devagar e observando a parte escura da praça até que vi um vulto parado em pé.

Comecei a caminhar naquele sentido para ver melhor o que era, consegui ver que era um espírito vestindo um capuz preto. Ele notou minha presença e olhou diretamente para mim. Seu rosto era deformado, não tinha os olhos e a cor da sua pele era escura como se estivesse todo queimado. Fez menção de vir até mim e eu estendi a mão em sua direção e ele parou entendendo que era para manter aquela distância. Ele fez uma careta de deboche para mim, sentou na mureta, arrumou a touca do capuz na cabeça e ficou olhando fixamente em outra direção.

Neste momento eu parei e fiquei olhando para ele por um momento e me ocorreu o pensamento de me aproximar mais. Não consegui, como se uma força invisível tivesse me impedindo eu não consegui sair daquele lugar. O meu pensamento naquele instante era de, não sei de que forma, ajudá-lo, mas creio que não era o momento adequado.

A projeção cessou, abri os olhos físicos e estava em minha cama novamente. Mais uma comprovação se deu naquele momento – qualquer sentimento de emoção nos faz retornar ao corpo. Não levantei para fazer o relato da experiência, mas uma frase ficou insistindo em vir na minha mente: “Agir de acordo com nossas emoções, nos leva a cometer atitudes pouco plausíveis”. Peguei o celular que estava do lado e anotei esta frase.

Este relato foi escrito dois dias depois da experiência. Talvez não contenha todos os detalhes, devido o tempo já transcorrido, mas constitui com muita fidelidade o que eu vi e senti.

Hoje, quando eu passo nesta praça, sinto que ali há ainda seu duplo etérico correspondente ao que ela era há uns cinco anos. Entendi que seu aspecto sem vida e denso na parte de baixo retrata os sentimentos e pensamentos das pessoas que ali freqüentam – é uma região da praça onde acontece muita prostituição. A região iluminada é onde fica a igreja matriz da cidade.

A frase que ficou eloqüente em minha mente é tão clara que dispensa comentários.

Minha experiência fora do corpo foi cessada quando eu senti compaixão por aquele espírito. Sentimentos de emoção nos remetem ao corpo físico.

Paz e luz para você!

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