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Sobre socorro de espíritos no cemitério


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Boa tarde! Acabei de me cadastrar especialmente para postar esta dúvida, considerando que, pelo que tenho acompanhado, as opiniões mais elaboradas e interessantes são ditas aqui.

Estou lendo o livro "Legião", de Robson Pinheiro, por sugestão colhida neste fórum. Mas fiquei com o pé atrás e várias dúvidas, as quais gostaria muito que os companheiros de fórum opinassem. Uma delas diz respeito ao socorro de espíritos em um cemitério, no capítulo 3, "Mortos Vivos".

Em dado momento, João Cobú informa que ocorrerá a tentativa de resgatar o espírito de uma mulher que não consegue abandonar os seus despojos por se manter presa às lembranças do passado, e vive em sofrimento por causa disso, além de refutar qualquer tentativa de socorro:

"Dentro de instantes ouvíamos gritos e gemidos. Era algo tão aterrador que parecia vir de uma alma presa no lendário inferno criado pelos cristãos. Vimos dois guardiões curvados sobre uma sepultura, auxiliando o espírito de uma mulher a se desvencilhar dos despojos carnais, junto aos ossos que permaneciam no interior da tumba. Detive-me, com Raul, e pude notar horrorizado o quanto a pobre mulher se debatia em meio aos vermes que percorriam o local onde haviam sido devorados os últimos fragmentos do corpo em decomposicão. A aparência daquele espírito desafiava minha capacidade de expressão. Não conseguiria descrever com clareza o que via. Raul, ao contrário, parecia não se abalar com o quadro à nossa frente e permanecia a meu lado, observando o desenrolar da cena. Pai João e o guardião conversavam a respeito daquele espírito e do que acontecia:

— Este infeliz espírito, que em sua última existência estagiou no corpo feminino, foi agraciado com uma beleza incomum — reportava o tata. — Trabalhou como modelo e, entre as passarelas e a fotografia, conseguiu imenso prestígio no mundo dos homens, devido à singular beleza, aliada ao charme e ao exercício da sedução. No entanto, entregou-se às drogas, como comumente ocorre nesses casos, e dedicou sua vida a esculpir o corpo e projetar determinada imagem, concentrando na beleza física toda a sua atenção. Desencarnou vítima de um câncer, que foi, aos poucos, corroendo o intestino e o fígado, deixando-a cada vez mais desvitalizada. Após o desencarne, entrou num processo insano de apego ao antigo corpo, que fora objeto de culto e veneração durante a vida, num saudosismo doentio, ligado ao sucesso de outrora. Tem resistido a todas as tentativas de socorro. Mesmo sentindo os vermes a envolver seu corpo espiritual, a ex-modelo, por processo de ideoplastia, cria imagens e situações que agravam seu desespero íntimo. Não concorda que esteja desencarnada e, revoltada contra a vida, entrega-se a este estado calamitoso. Destaquei dois guardiões com o objetivo de ampará-la e observar se ocorreria algum progresso no caso da infeliz, até que ontem conseguimos algo. A avó da pobre criatura, desencarnada recentemente, resolveu visitar a neta, mas encontrou-a ligada aos despojos carnais.

— Há quanto tempo ela resiste ao auxílio? — perguntou Raul, voltando-se, interessado, para o guardião.

— Mais ou menos 20 anos. O tempo parece longo demais para um ser ficar acreditando que está sendo devorado por vermes, a criar continuamente situações aflitivas em torno de si."

Entretanto, é descrito o seguinte em passagem posterior, acerca de um grupo de espíritos que vagueavam no cemitério:

"Padecem de grande fome e sede, conseqüência lógica do persistente vínculo com a realidade material; entretanto, já que não encontram nada que os sacie, paulatinamente suas mentes forjam nova configuração para seus corpos espirituais. A explicação para esse fenômeno reside nas propriedades e

nos mecanismos de funcionamento da ideoplastia. No caso em questão, diferentemente do que ocorre com os espíritos que deliberadamente alteram sua aparência perispiritual, tal modificação sucede à sua revelia, sujeitando-se ao processo inconsciente. Sendo assim, adquirem esse aspecto esquelético que vocês podem verificar, assemelhando-se aos irmãos encarnados que povoam noticiários e documentários de televisão na Terra, aqueles habitantes de países africanos, que enfrentam a verdadeira fome, numa existência subumana de subnutrição e degradação."

— Não podem ser resgatados dessa situação calamitosa e conduzidos a estações de tratamento?

— inquiriu Raul.

— À medida que oferecerem condições — respondeu o tata. — Logo que há abertura, os guardiões retiram-nos desse ambiente psíquico que elaboraram e comunicam o fato às equipes socorristas responsáveis para que sejam atendidos, conforme a necessidade individual. Nós, que aqui servimos, não podemos de forma alguma violentar as consciências em nome de uma caridade sem discernimento. Temos de aguardar o amadurecimento da colheita ou o momento do despertar de cada uma dessas almas. Sem dúvida, entre os residentes do campo-santo, essa comunidade de espíritos é a que mais fatores oferece para tornar favorável seu resgate; todavia, isso deve ocorrer na hora certa, sem impor determinadas situações que pesarão no futuro desses nossos irmãos. Precisam esgotar o estágio de aprendizado que vivenciam e, aí sim, encontrar um acolhimento respeitoso e consciente. Do contrário, em suas próximas reencarnações poderiam nascer autistas, devido à intensa introversão e à timidez diante das questões espirituais, características latentes neles.

Objetivamente, minha dúvida é: Por que eles continuam tentando resgatar o espírito feminino, se teoricamente não podem impor essa ajuda? Em tese, o espírito precisa querer ser resgatado, o que parece não acontecer, de acordo com o que está descrito. O que acham? Agradeço desde já os que tiveram paciência de ler e opinar... :mrgreen:

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Eles continuam tentando e tentando e tentando. o que o texto iz é que os amparadores não ajudam a força, não tiram a pessoa de lá a força.

Eles ficam ali ajudando com palavras e sempre prontos a ajudar a pessoa que quiser ajuda.

Pegara força e levar pra um hospital extra-fisico seria um atentado contra o livre-arbitrio da pessoa.

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