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Qual técnica você usa para o auto-conhecimento ou auto-domínio


NanMed

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Então, Cintia, essa pergunta é mesmo difícil porque como podemos respondê-la sem sermos perfeitos?

A nossa compreensão da perfeição sempre vai ser algo relativo e tende mesmo a ir mudando com o tempo conforme vamos ampliando nossos horizontes e expandindo nossa consciência e, consequentemente, a nossa percepção da realidade.

A realidade é que tanto para responder a sua pergunta quanto a essa mais fundamental precisamos partir de alguma premissa que será por si só limitante. O que vai nos obrigar a fazer aproximações, abstrações que nos permitam diminuir a amplitude da resposta para um ponto que consigamos compreender e é claro que isso vai gerar distorções.

Para responder a sua pergunta é necessário definirmos antes o que é perfeição e o que somos nós, o que é a consciência. Neste aspecto, cada tradição do conhecimento terá sua própria forma de responder a cada uma dessas questões e cada uma terá suas próprias premissas em que se basear.

E aí é possível que, se você olhar a coisa do ponto de vista espírita, vai ter uma resposta, do ponto de vista da tradição Yoga ou Vedanta outra, do ponto de vista da Gnose Samaelina outra e assim por diante.

Pessoalmente eu acho que é interessante conhecer os pontos de vista de cada uma dessas diferentes tradições e compara-los pois tendo a acreditar que a verdade provavelmente não está em nenhum deles de fato mas em algum lugar no meio.

E se você quiser seguir exercitando o pensamento filosófico, existem ainda algumas outras perguntas fundamentais que podem influenciar o nosso ponto de vista em relação às anteriores:

O que é a realidade?

O que é a verdade?

A verdade é a mesma para todos?

A realidade é a mesma para todos?

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Bom dia! Realmente, Iogui, não só essas, mas várias outras questões precisam ser estudadas em várias correntes diferentes. E mesmo estudando tudo em todas elas, ainda haveria muita dificuldade de se chegar a determinadas conclusões. De qualquer forma, caso não seja possível responder à dúvida sobre a fala da Lourdes Possatto que citei acima, eu já ficaria feliz por ter feito essa pergunta, pois ela te fez trazer essa belíssima reflexão. Grata!

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Cíntia, pense no ego como a armadura do homem de ferro, mas uma armadura com inteligência artificial, e da qual voce nao se livra nem com a morte, mas apenas com trabalho conscietne sobre ela. Essa armadura é abmente condicionada pelo estímulo-resposta de muitas vidas.

O que tem dentro da armadura? O "espirito", para usar uma linguagem comum. Na verdade a essência, que é uma parte imatura da Alma Humana,,que é outra coisa diferente do espírito. O Espírito é uma parte elevada nossa, que nem encarna, quem encarna é a Alma Humana, mas apenas uma parte dela, a essência. Essa essência é um aparte divina, inocente, mas que precisa adquirir sabedoria, através das experiências. Uma essência que amadureceu é a encarnaçao completa da Alma Humana, e depois, se atinge o grau de Mestre, encarnará tambémno Espírito. Quando Jesus diz "Quem vê ao Pai vê a mim" é porque ele tinha encarnado o SEU Espírito. E nesse nível todos são parecidos, porque o Espírito de cada um de nós segue a vontade divina naturalmente, como um instinto, digamos. Como falei, o que permite à essência amadurecer é a experiência, mas a armadura, o Ego, acha que jabtem resposta para tudo, porque aprendeu a responder aos estímulos vida após vida.

Então essa armadura não deixa a essência se manifestar, nem mesmo perceber direito as experiências, porque o ego é a mente, e a mente percebe o mundo pelos sentidos. Então voce olha uma cena, e ela já entra com uma valoração junto, você gosta, ou não gosta, ou tem medo. Tudo isso é o ego etiquetando o que entra pelos sentidos. Então a essência tem dificuldade de ter as experiências diretas da vida porque o ego filtra tudo e responde a elas com um condicionamento de muitas vidas. Exemplos bem práticos: fobia de altura por ter morrido de queda, pessoa ciumenta talvez por já ter passado por muitas traições amorosas.

Essa atitude pre-programada do ego impede que a essência aprenda com novas experiências encarnatórias, por isso a reencarnação não resolve o problema.

O Ego, através das sucessivas reencarnações, fica cada vez mais sofisticado, com respostas mais e mais automatizadas, gerando vidas que são repetiçoes umas das outras  , como um script decorados. Em casos mais extremos, essa automatizaçao pode cortar totalmente a conexão da essência com o veículo encarnado, gerando as "casas vazias", que são os psicopatas. Por isso eles não tem arrependimento algum, já que arrependimento é a voz acusatória da essência avisando que não agimos de acordo com o padrão divino.

É por isso que já no Budismo, 500 anos antes de Cristo, Budha ja tinha declarado que a reencarnaçao não levava a nada, além de repetições infinitas dos mesmos sofrimentos, e que o caminho de libertação depende da eliminação do ego. http://www.conhesimentodesimesmo.conhecimentodesimesmo.com.br/conferencia12.html

 

Mas acho que aqui no ocidente o pessoal se refere a ego por alguma definição da psicologia materialista, então chegam a conclusões mais exdrúxulas, como se acabar com o ego gerasse algum tipo de desagregaçao da personalidade, daí a confusão.

 

 

 

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Muito obrigada, Sandro!!! Que estudo maravilhoso esse! E pensar que começou com uma pergunta que eu quase não fiz por achar que era boba... E agora estou tendo a oportunidade de ler algo bem mais profundo do que eu esperava! Agradeço muito a você por ter trazido essas palavras, esse vídeo, esse link... Estou realmente muito grata!

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  • 8 months later...

Muito aprendizado neste tópico, maravilhoso! Mas fiquei com uma dúvida na "técnica da morte do ego":

“Na auto-observação você vai perceber os eus atuando primeiro na sua psique depois ao seu redor, e vai perceber como dessa relação é que surge o karma, quando um eu precisa de outro para encenar uma briga ou um paixão à primeira vista , e o atrai telepaticamente gerando encontros “casuais”. São eus- velhos conhecidos que sempre fazem seu teatrinho via após vida, se as pessoas não conseguem fazer outra coisas que não permitir os eus controlaram tudo. “

 

Deixe ver se entendi, isto funcionaria por ex se eu matei em uma vida, meu “eu assassino “atrairá alguém para me matar. Mas e se agora sou um ex assassino consciente e no controle do meu ego e dos meus “eus” eu posso interromper o karma?

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Se você matou alguém numa vida, e essa pessoa levou a mal (imagina! uem levaria a mal né?kkk) vai reencontrar esse alguém numa outra vida (não necessariamente na seguinte), e o eu dele e o seu vão se indispor novamente, e o mais provável que você repita o ato, ou ele o faça dessa vez invertendo os papéis, e você será a vítima. E com essas repetições vai ficando cada vez mais difícil evitar "coincidências", "situações Inevitáveis", que façam a cena se repetir cada vez mais cedo na vida, porque o elo telepático entre vocês vai ficando mais forte a cada vida e vão se encontrando cada vez mais cedo, e repetindo o conflito cada vez de forma mais forte, mais difícil de resistir e cair fora antes do desfecho. Após muitas repetições você pode acabar conhecendo o "futuro" sobre usa vida, porque decorou os eventos mais marcantes, de tanto repeti-los, e com as mesmas pessoas. É o caso daquelas pessoas que alegam saber como vão morrer, ou aparência física de quem vai matá-los, ou com quem vão casar. Nesses casos, quando sua precognição é apenas sobre sua vida, em geral é porque se trata de decoreba por repetições, não de capacidade de prever o futuro.

Se você eliminou o ego do assassinato, você não estará na cena dos novos conflitos, pode cruzar com a pessoa,s mas quando o desentendimento começa, você não reage a ele, entao a cena não consegue ser completada. E vida após vida, vocês podem se encontrar de novo, mas chegar a um ponto de o conflito nem começar, até que cheguem a um ponto em que não se encontram mais. Mas isso só com a eliminação desse ego, estar consciente dele, apenas te fará impedir de fazer o que no fundo você tem vontade. E é essa vontade que atrai os outros personagens da cena.

 

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É que existe uma diferença brutal entre o que o que espiritismo prega, e o que uma escola de quarto caminho, como a gnose, prega.

O espiritismo trata apenas do ego, a gnose trata de eliminar o ego.

Então tudo que o espiritismo fala é válido para quem não eliminou o ego, porque quem tem ego está preso ainda nas leis da reecarnação karma, lei da recorrência, etc.

O mesmo se pode dizer dos oráculos, como o tarô, por exemplo, que prevê em cima de tendências mecânicas do universo, que são o que controla o ego (que aprendeu a agir por estímulo-resposta, portanto mecânico também). Se você elimina o ego, nenhum oráculo funcionaria para você. Mas  mesmo sem eliminar , se você estiver se auto-observando e conseguri detctar a tendência do ego, e evitar segui-las,  também o oráculos falharão.

A principal diferença entre essas abordagens é que uma é EVOLUTIVA,  a outra é REVOLUCIONÁRIA. São coisas bem diferentes.

Evoluir seria seguir um caminho espiral, é andar em circulos mais longos ou mais estritos,  ir aparando as arestas, ser polido superficialmente através das experiências reencarnatórias, como uma pedra que rola na praia. Não é um método muito eficiente, por isso as pessoas mudam muito pouco mesmo após dezenas de encarnações. Por isso o budismo foi criaod, porque não via na reencarnação uma saída, então ele prega SAIR da reencarnação, pela morte do ego, EXATAMENTE PORQUE ELA NAO RESOLVE NADA. 

A busca por eliminar o ego, diferente de polir, é como uma garimpagem, encontrar a fonte do problema e eliminar. Sem eliminação, os problemas continuam vIda após vida, numas mais intensos, noutras mais leves, dependendo das circunstâncias que cutucam os velhos defeitos ou nao, se ficam latentes. Que defeitos nós manifestarímaos de vivêssemos numa sociedade de caçadores e guerreiros? Não sabemos, isso está latente em nós.

Então as coisas que você encontra no espiritismo se referem às escolhas e situações para a populaçaõ em geral. Quem segue pelo camionh da morte do ego vai por outros rumos. Quer dizer: vai se for bem sucedido, enquanto não terminar  continua junto com as massas seguindo o destino delas.

18 minutos atrás, Madrebenemérita disse:

Basta estarmos  em essência e sem ego

Estar em essência e sem ego é ser um Deus encarnado, não confunda isso com "estar lúcido", que é apenas estar com 3% da consciencia livre desperta por alguns segundos.

Estar co 100% de essência livre é estar sem ego. Mas ainda tem que depsertar esses 100%. A maioria das pesos tem 3% de essência livre mas 0% de lucidez,. Então quando você fala em estar lúcido é tentar ir de 0 a 3%. Estar sem ego é estar 100%, é algo bem distante mesmo, não depende de intenção depende de práticas diárias, por uma vida ou muitas vidas, em ciam de morte do ego e de magia sexual, proque os egos mais pesados (passar dos 30%), exigem  que se acesse um nivel bem maior de energia para destrui-los. Nauqela etapa da técnica de morte, que voce imagina a eliminação, para 70% do ego só é possível eliminar se você tem o kundalini desperto, porque precisa dessa energia a mais para completar a tarefa.

É "outro papo"

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  • 7 months later...

quando eu nao estava tentando expansão por uso de templo eu usava da propria meditação ja que ela serve para isso, o auto conhecimento, atualmente consigo manter a mente livre por muito tempo graças a ação de usar a meditação para verificar os pensamentos e ver quais sao logicos(não decorrentes do lixo emocional) e buscar os por ques consequencias e afins, tirando aprendizados, tambem alguns videos do krishnamurti, os quais são otimos para reflexão. Por momento meu auto conhecimento vem das coisas mais variaveis e corriqueiras desde uma simples conversa ate um desentendimento familiar, aonde compreendo algo e fico sorrindo igual um boboca apos o acontecido.

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  • 1 month later...
  • 1 month later...

Não querendo fugir do tópico mas abordarei o que foi escrito nos diversos posts.

1° Questão: É necessário reencarnar?

Resposta: Sim.

Argumentos:

A moral do espiritismo, bem compreendida, é uma alternativa de vanguarda às opções oferecidas pela sociedade, seja pelo materialismo ou pelas religiões tradicionais.

Ao materialista, basta a justiça. O lema é não fazer aos outro aquilo que não queira que se faça a si mesmo. Mas pense bem, essa regra é apenas restritiva, evita o mal, mas não causa mudanças. As injustiças, desigualdades e privações existentes na sociedade permanecem continuamente, mesmo que todos respeitem a regra da justiça! O único recurso para evitar o mal é a punição. Seguindo essa cartilha, nos jornais televisivos, os braços se agitam, olhos esbugalhados e berros anunciam a solução para a violência e desigualdade sociais: penas mais severas, rigor nas punições. Só assim vamos viver em paz. Será?

Ao crente religioso, o lema é outro, a maior virtude é obediência. Devemos nos submeter aos sofrimentos, privações e dores da vida, pois se é assim é porque Deus o quis. E com ele não se discute. Nos textos do catecismo católico vamos encontrar as seguintes palavras:

Citar

“Dizem as sagradas escrituras: ‘O justo vive pela fé’. Fé é a atitude daquele que crê e obedece ao Senhor. A fé é um ato de submissão que implica obediência à sua perfeita Vontade. Mesmo não querendo, o crente dedica-se à oração. Mesmo com a tentação de algo mais interessante, lê as sagradas escrituras. Mesmo sendo egoísta, dedica serviço ao próximo. Mesmo não querendo, pratica a penitência. Mesmo não estando disposto, vai à missa. São sinais de obediência, selo da verdadeira fé”.

Mas essa milenar receita criada para manter as massas submissas às suas condições

miseráveis, aceitando a exploração dos sacerdotes e nobre, despertou a incredulidade e a revolta na grande revolução da França. Pensadores como o conde de Volney, tinham convicção de que os jovens e crianças deveriam seguir uma nova moral. Radicalmente diferente da ladainha igrejeira do mundo velho. Num de seus esforços, escreveu um Catecismo do Cidadão Francês. Novos tempos, novas regras. Entre as perguntas e respostas de seu texto elaborado como um longo diálogo, Volney considera:

Citar

 

A lei natural considera como virtudes a esperança e a fé que se unem à caridade?


 

 

E então surpreendentemente responde:

Citar

 

Não; porque essas ideias são irreais; e se algum efeito resulta delas, é em vantagem daqueles que não possuem essas ideias em relação com aqueles que as têm; de tal modo que se pode definir fé e esperança como virtudes dos inocentes a benefício dos canalhas.


 

 

Ou seja, para quem estuda profundamente a história, como o conde que percorreu as ruínas da antiguidade, fé e esperança são instrumentos de dominação dos poderosos sobre os inocentes, simples e ignorantes.

Mas, então, sem fé, sem esperança, como construir um mundo novo, desafio da revolução? Ou, como se dizia, por quais meios vamos “regenerar a humanidade”? Para os revolucionários franceses e os materialistas que os sucederiam em gerações até a contemporaneidade, a inspiração vem da obra de Helvétius, que, segundo Domenech, foi o “primeiro que fundou a moral sobre a base inabalável do interesse pessoal” (l’Éthique des lumières). Para Helvétius a liberdade não passa de uma ilusão, pois somos todos submissos aos nossos interesses, e não há mal algum nisso, somente naturalidade biológica. E então, entona sua máxima moral:

Citar

“em matéria de moral como em matéria de espírito, é o interesse pessoal que dita o juízo dos indivíduos e o interesse geral que dita o das nações” (Helvétius, Do Homem).

Em resumo, para as religiões milenares devemos ser submissos a Deus. E para o materialista somos naturalmente submissos aos interesses. O ser humano, então, se ressume a isso: submissão?

É aqui que o espiritismo vai inovar, colocando-se na vanguarda do mundo novo.

Não a doutrina mal compreendida, pois não há no ensino dos espíritos superiores a ideia de pecado, seja o católico, ou o oriental, conhecido como carma.

Carma ou pecado é a ideia de que Deus estabeleceu regras que devem ser obedecidas pelos indivíduos, caso contrário serão castigados. E se forem obedientes, serão recompensados.

Esse mecanismo é exatamente o do condicionamento. Por ele, os animais fazem exatamente o que os adestradores mandam. Repetindo as situações, e dando um petisco, o bicho vai fazendo aquilo que se manda. A punição nem é necessária, somente para descondicionar hábitos equivocados extremos. Chega uma hora que, mesmo sem petisco, ele vai obedecer direitinho. Esse é o infalível mecanismo.

Seres humanos também podem ser condicionados. Pela moda, pelos programas de televisão, repressão policial, livros. Seja bonzinho e aceite a recompensa. Depois vem o hábito, e nem precisa mais de recompensa, pois já estão todos condicionados, obedecendo direitinho. Aos rebeldes, estará reservada a punição.

Mas o espiritismo revela uma lei natural muito diferente. Nós temos um corpo animal, essa é a causa da possibilidade de condicionamento dos seres humanos. Outra causa está no fato de que vivemos num mundo ainda muito primitivo, onde a maioria dos espíritos que aqui encarnam estão vivendo suas primeiras centenas de vidas humanas.

Mas verdadeiramente somos espíritos, e por isso temos vontade, razão e sentimento. Desde as primeiras vidas humanas, desenvolvemos paulatinamente o livre-arbítrio. Sim, a liberdade. Essa é a lei do espirito. Deus não pune nem recompensa os espíritos, mas criou leis tais que regem o universo, de tal modo que as escolhas carregam em si mesmas as consequências boas ou ruins. Afirmam os espíritos:

Citar

A alma ou Espírito sofre na vida espiritual as consequências de todas as imperfeições que não conseguiu corrigir na vida corporal. O seu estado, feliz ou desgraçado, é inerente ao seu grau de pureza ou impureza. (O céu e o inferno).

Deus não impõe o sofrimento com castigo quando alguém erra. Não existe esse mecanismo. Da mesma forma que Deus não empurra uma maça para baixo para fazer valer sua lei da gravidade. Veja só o que os espíritos explicam:

Citar

 

Sendo a felicidade dos Espíritos inerente às suas qualidades, haurem-na eles em toda parte em que se encontram, sela à superfície da Terra, no meio dos encarnados, ou no Espaço.


 

 

Ou seja, a felicidade não está num lugar no qual o espírito possa ser colocado para usufruir um bem estar. Esse sentimento não vem da satisfação das necessidades, como pensava Helvétius, nem de merecer viver as beatitudes de um céu imaginário, como prometem os sacerdotes, mas de uma condição conquistada pelo esforço voluntário de cada um, ou suas qualidades. Felicidade é o sentimento daquele que progride. Fazendo uso da música, os espíritos em O céu e o inferno oferecem uma interessante comparação:

Citar

 

Se se encontrarem em um concerto dois homens, um, bom músico, de ouvido educado, e outro, desconhecedor da música, de sentido auditivo pouco delicado, o primeiro experimentará sensação de felicidade, enquanto o segundo permanecerá insensível, porque um compreende e percebe o que nenhuma impressão produz no outro. Assim sucede quanto a todos os gozos dos Espíritos, que estão na razão da sua sensibilidade. O mundo espiritual tem esplendores por toda parte, harmonias e sensações que os Espíritos inferiores, submetidos à influência da matéria, não entreveem se quer, e que somente são acessíveis aos Espíritos purificados.


 

 

Mas e o castigo, não é necessário como reação ao erro?

Segundo as tradições orientais, a cada erro cometido terá como consequência um castigo. Um sofrimento desta vida, se não tem causa aparente, estará certamente na vida anterior. É a lei do carma, ou causa e efeito, ou ação e reação. Mas não é esse o ensinamento inovador dos espíritos superiores. Do mesmo modo que a felicidade é inerente às qualidades, eles ensinam que:

Citar

 

O sofrimento é inerente à imperfeição.


 

 

Ou seja:

Citar

 

Sendo o sofrimento inerente à imperfeição, tanto mais tempo se sofre quanto mais imperfeito se for, da mesma forma por que tanto mais tempo persistirá uma enfermidade quanto maior a demora em tratá-la. Assim é que, enquanto o homem for orgulhoso, sofrerá as consequências do orgulho; enquanto egoísta, as do egoísmo.


 

Qual a relação entre uma vida e outra, então? Agora é preciso prestar atenção pois a diferença é sutil. O carma propõe uma relação de causa e efeito. Ou seja, o erro terá como efeito o sofrimento. Os espíritos, por sua vez, estão ensinando que se trata de uma relação de “inerência” entre a imperfeição e o sofrimento. O indivíduo sofre nesta vida em virtude da imperfeição presente, aquela da qual ainda não se libertou, e não por causas passadas. Afirmam os espíritos:

Citar

 

Aquele, pois, que sofre nesta vida pode dizer-se que é porque não se purificou suficientemente em sua existência anterior, devendo, se o não fizer nesta, sofrer ainda na seguinte. Isto é ao mesmo tempo equitativo e lógico.


 

Está bem claro, não se sofre nesta vida tendo com causa o erro da vida passada. Quem sofre nessa vida, é em virtude da imperfeição que ainda tem, desde as outras passadas. Em verdade desde que desenvolveu os hábitos que caracterizam sua imperfeição. Porque todos fomos criados simples e ignorantes. Alguns desenvolvem imperfeições e vão precisar superá-las, outros conquistam qualidades sem precisar passar por aquela condição. A ignorancia é o ponto de partida de todos,  a virtude será igualmente o destino de todos, a imperfeição é a escolha de alguns. Muitos evoluem sem precisar enfrentar as expiações, explicam os espíritos superiores em O evangelho segundo o espiritismo:

Citar

 

Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contato com Espíritos mais adiantados. Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degradados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes.


 

Deus não lida conosco por meio de castigos e recompensas, como o faz um treinador de animais. Ele nos reconhece em nossa natureza espiritual, a mais ampla liberdade. Criou leis naturais que oferecem consequências naturais às nossas escolhas. A dor da queda não é um castigo imposto pela lei da gravidade, mas consequência natural do peso, da fisiologia, da aceleração da gravidade, tudo previsível e natural.

Compreender as consequências naturais de nossos atos, escolhendo o melhor modo de agir em cada situação, de acordo com as nossas possibilidades é que podemos denominar virtude. Buscar o melhor para todos, agindo livremente de acordo com a consciência, usando o esforço da razão é o ato do dever. Não buscamos em Deus o livramento das nossas dificuldades, mas a força necessária para superá-las. O espírita não espera de Deus recompensa. E isso é novidade apenas na interpretação correta da palavra de Jesus, pois, há dois mil anos, ele já ensinava:

Citar

 

“E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir” (Lucas, 14:12-15).


 

fonte:

https://revolucaoespirita.com.br/nao-existe-carma-nem/ 

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