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Gayasisa Sutta - Gaya


Lucas Oliveira

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  • 1 month later...

Anguttara Nikaya VIII.64

Gayasisa Sutta

Gaya

 

Em certa ocasião, o Abençoado estava em Gaya, em Gayasissa. Lá ele se dirigiu aos bhikkhus: "Bhikkhus!"

"Venerável senhor!" os bhikkhus responderam. O Abençoado disse o seguinte:

(1) “Bhikkhus, antes da minha iluminação, quando ainda era um Bodisatva não iluminado, eu percebia apenas a luz, mas não via as formas.

(2) "Eu pensei: 'Se perceber a luz e também ver as formas, nesse caso meu conhecimento e visão ficariam ainda mais purificados.' Assim numa outra ocasião, enquanto permanecia diligente, ardente, e decidido, percebi a luz e também vi as formas. No entanto eu não conheci aqueles devas, ou os cumprimentei, ou conversei com eles, e não obtive uma resposta deles.

(3) "Eu pensei: 'Se perceber a luz e ver as formas, e também conhecer aqueles devas, cumprimentá-los, conversar com eles, e obter respostas deles, nesse caso meu conhecimento e visão ficariam ainda mais purificados.' Assim numa outra ocasião, enquanto permanecia diligente, ardente, e decidido, percebi a luz e vi as formas, conheci aqueles devas, os cumprimentei, conversei com eles, e obtive respostas deles. No entanto eu não sabia com relação a esses devas: 'Esses devas são desta ou daquela ordem de devas.'

(4) "Eu pensei: 'Se perceber a luz e ver as formas, e também conhecer aqueles devas, cumprimentá-los, conversar com eles, e obter respostas deles, e também souber com relação a esses devas: 'Esses devas são desta ou daquela ordem de devas,' nesse caso meu conhecimento e visão ficariam ainda mais purificados.' Assim numa outra ocasião, enquanto permanecia diligente, ardente, e decidido, percebi a luz e vi as formas, conheci aqueles devas, os cumprimentei, conversei com eles, e obtive respostas deles, e soube com relação a esses devas: 'Esses devas são desta ou daquela ordem de devas.' No entanto eu não sabia com relação a esses devas: 'qual kamma fez com esses devas renascessem lá depois de falecer aqui'.

(5) "Eu pensei: 'Se perceber a luz e ver as formas, e também conhecer aqueles devas, cumprimentá-los, conversar com eles, e obter respostas deles, souber com relação a esses devas: 'Esses devas são desta ou daquela ordem de devas,' e também souber com relação a esses devas: 'qual kamma fez com esses devas renascessem lá depois de falecer aqui',' nesse caso meu conhecimento e visão ficariam ainda mais purificados.' Assim numa outra ocasião, enquanto permanecia diligente, ardente, e decidido, percebi a luz e vi as formas, conheci aqueles devas, os cumprimentei, conversei com eles, e obtive respostas deles, soube com relação a esses devas: 'Esses devas são desta ou daquela ordem de devas,' e soube com relação a esses devas: 'qual kamma fez com esses devas renascessem lá depois de falecer aqui'. No entanto eu não sabia com relação a esses devas: 'como resultado desse kamma, esses devas subsistem de tal comida e experimentam tal sensação de prazer e dor.'

(6) " ... e também soube com relação a esses devas: 'como resultado desse kamma, esses devas subsistem de tal comida e experimentam tal sensação de prazer e dor.' No entanto eu não sabia com relação a esses devas: 'como resultado desse kamma, esses devas têm tanto tempo de vida.'

(7) " ... e também soube com relação a esses devas: 'como resultado desse kamma, esses devas têm tanto tempo de vida.' No entanto eu não sabia se antes eu tinha vivido com esses devas.

(8) "Eu pensei: 'Se (i) perceber a luz e (ii) ver as formas; e (iii) conhecer aqueles devas, cumprimentá-los, conversar com eles, e obter respostas deles; e (iv) souber com relação a esses devas: 'Esses devas são desta ou daquela ordem de devas'; e (v) souber com relação a esses devas: 'qual kamma fez com esses devas renascessem lá depois de falecer aqui'; e (vi) souber com relação a esses devas: 'como resultado desse kamma, esses devas subsistem de tal comida e experimentam tal sensação de prazer e dor'; e (vii) souber com relação a esses devas: 'como resultado desse kamma, esses devas têm tanto tempo de vida'; e (viii) souber se antes eu tinha vivido com esses devas, nesse caso meu conhecimento e visão ficariam ainda mais purificados.' Assim numa outra ocasião, enquanto permanecia diligente, ardente, e decidido, (i) percebi a luz e (ii) vi as formas, (iii) conheci aqueles devas, os cumprimentei, conversei com eles, e obtive respostas deles, (iv) soube com relação a esses devas: 'Esses devas são desta ou daquela ordem de devas,' (v) soube com relação a esses devas: 'qual kamma fez com esses devas renascessem lá depois de falecer aqui,' (vi) soube com relação a esses devas: 'como resultado desse kamma, esses devas subsistem de tal comida e experimentam tal sensação de prazer e dor,' (vii) soube com relação a esses devas: 'como resultado desse kamma, esses devas têm tanto tempo de vida,' e (viii) também soube se antes eu tinha vivido com esses devas.

“Enquanto, bhikkhus, meu conhecimento e visão com relação aos devas com os seus oito aspectos não estava completamente purificado, não reivindiquei ter despertado para a insuperável perfeita iluminação neste mundo com os seus devas, maras e brahmas, esta população com seus contemplativos e brâmanes, seus príncipes e povo. Mas quando meu conhecimento e visão com relação aos devas com os seus oito aspectos estava completamente purificado, reivindiquei ter despertado para a insuperável perfeita iluminação neste mundo com os seus devas, maras e brahmas, esta população com seus contemplativos e brâmanes, seus príncipes e povo. O conhecimento e visão surgiram em mim: ‘A libertação da minha mente é inabalável. Este é o meu último nascimento. Não há mais vir a ser a nenhum estado.’

 

Nota (com base nos estudos comparativos do MN e MA pelo Bhikkhu Analayao):

O MA 73, sutta paralelo a este nos Agamas, apresenta um final um pouco distinto:

"Uma vez que conheci esses oito aspectos, então pude reivindicar tê-los realizado. Então eu soube ter despertado para o correto e verdadeiro caminho supremo, e de ter transcendido este mundo com os seus devas, mara, brahmas, contemplativos e brâmanes; e eu me libertei através das várias libertações. Eu me tornei separado de todas as distorções e soube como na verdade é: Este é o meu último nascimento, a vida santa foi vivida, aquilo que deveria ser feito foi feito. Não há mais vir a ser a nenhum estado."

Deve ser observado que o final do sutta do AN é o mesmo final padronizado encontrado em vários suttas enquanto que o final do MA é único. É possível argumentar que talvez o final do MA seja mais próximo do original e que o final do AN teria sido adaptado ao estilo padronizado. As principais diferenças estão em duas frases "transcendido este mundo" e "separado de todas distorções".

Shaila Catherine oferece um interpretação muito interessante para este sutta:

"Entendo que este discurso oferece dicas valiosas sobre o papel dos poderes psíquicos no caminho para a libertação.

Penso que habilidades mentais notáveis são o resultado natural da prática profunda dos jhanas. Essas habilidades podem ser desenvolvidas de forma sistemática para aumentar tanto a força de samadhi como a clareza da sabedoria. A mente concentrada vê as coisas claramente. Embora geralmente um praticante irá direcionar a atenção para discernir o seu próprio corpo, mente e as relações causais, uma mente concentrada pode também ser direcionada para perceber a mente e matéria tal como estas aparecem em qualquer lugar e em qualquer tempo passado, presente, ou futuro, relacionado com si mesmo ou um outro ser, existente nas proximidades, à distância ou em outra esfera.

Para libertar a mente da ignorância, devemos entender mais do que apenas as nossas experiências pessoais do corpo e da mente. Podemos usar a mente concentrada para compreender como a matéria e a mente funcionam em todo o universo.

Parece muito apropriado que um praticante avançado iria olhar para o mundo dos devas. A maestria dos jhanas já terá tranquilizado as formas grosseiras comuns do desejo sensual que ocorrem na vida humana. O dukkha nos mundos do inferno, reinos animais, ou na existência humana são tão óbvios que relativamente pouca contemplação é necessária para inspirar o desapego. Mas um praticante avançado ainda assim poderá ser seduzido pela possibilidade da bem-aventurança celestial, ou o desejo de colher os frutos de ações meritórias e das virtudes.

Observando como causas e efeitos operam na vida mundana dos devas poderia ser como contemplar uma série de estudos de caso. Desta forma kamma não é uma teoria que precisa ser aceita, é um processo a ser discernido - uma observação que produz o desencantamento. Vendo devas podemos aprender como os estados benéficos conduzem a resultados benéficos. Eles não conduzem à libertação, apenas a mais estados mais benéficos.

Um praticante avançado, especialmente aquele que foi criado em um ambiente cultural que estimule a aspiração pelo renascimento entre os devas, pode precisar de um encontro pessoal vívido com esses mundos para reconhecer profundamente a sua insatisfação. Um exame cuidadoso e íntimo da vida divina inevitavelmente revela que as vidas dos devas são condicionadas, impermanentes e insatisfatórias. Este reconhecimento produz desapego para com esses estados.

O que é preciso para abandonar todos os apegos? Ao olhar com o olho divino todos os mundos de existência, podemos perceber que mesmo os estados celestiais não valem à pena ser desejados."

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