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Quando a ajuda deixa de ser uma ajuda e se torna uma intromissão


Jutb

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Esses dias conheci uma moça, de bobeira. Uma daquelas poucas pessoas que até mesmo a primeira conversa parece fluir bem e com naturalidade.

Até que, em determinado momento, no meio da conversa, acabamos chegando no tema astrologia. Ela mencionou achar interessante, mas não conhecer muito, em parte devido aos amigos céticos que segundo ela achavam isso tolice e debochavam desse interesse.

Então eu comentei que eu também gostava do tema, mas que é um tema extremamente complexo, e por ser complexo, eu não era uma expert, porque tudo o que eu sei é o que aprendi sozinha. Mesmo assim parece que a julgar pelas minhas explicações ela achou que eu entendia bem do tema, sim, e pediu para que, se possível, eu fizesse uma análise do mapa astral dela. E então eu fiz, claro. É sempre bom fazer o mapa de outras pessoas, porque assim eu acabo aprendendo mais na prática.

O que mais me chamou a atenção logo a primeira vista foram os indícios de problemas de auto-estima e auto-valor, mostrando, além de outros aspectos tensos no mapa, uma casa 1 (em uma mapa astral essa casa é muito relacionada a nossa auto-imagem) um pouco complicada, interceptada, com 4 planetas retrógrados incluidos ali, incluindo o nodo norte. Gosto de olhar os nodos lunares (o nodo sul e o nodo norte) porque dependendo do signo da cúspide esses pontos poderiam indicar os caminhos os já explorados pelo espírito em vidas passadas (nodo sul) e os que deveriam ser explorados agora, nessa encarnação, para alcançar maior evolução espiritual (nodo norte). Mesmo quando a pessoa não crê em vida após a morte, eles também são úteis, na minha opinião, porque mostram as áreas que a pessoa precisa dar uma maior aprimorada.

Coloquei isso na análise que enviei para ela no dia seguinte, comentando sobre essa possível tendência em ter muita baixa auto-estima, um aspecto que, segundo o nodo norte dela, é um ponto que ela precisa se atentar para tentar concertar. Foi uma análise bem longa, e quando enviei pensei que algumas coisas poderiam não coincidir. 

Mas ela concordou com as tendências do mapa, sim, e disse que realmente a auto-estima é um problema pra ela. Disse que achou muito legal por eu ter descrito tão bem uma pessoa que eu nem sequer conhecia, e isso acabou fazendo ela se sentir confiante para falar sobre alguns medos e tristezas.

Falou sobre os porquês da baixa auto-estima, sobre o passado dela, sobre as situações ruins que pareciam se repetir ao longo da vida e ela não entendia o porquê.

Ela pediu para que eu fizesse umas outras análises, e eu fui fazendo. Tentei colocar minha opinião pessoal o menos possivel ali, tentei falar as posíveis soluções só me baseando no conhecimento que eu tenho sobre as posições astrológicas mesmo, mesmo assim é dificil não colocar uma dica aqui e ali, porque ela não entende bem alguns pontos.

Ela acredita por exemplo em reencarnação mas ainda tem, por exemplo, uma ideia muito fixa de que as coisas que acontecem com ela são um castigo, uma punição, que o culpado é sempre o outro, e ela também tem muita raiva de algumas pessoas do passado. Tenho vontade de falar sobre frequência, formas-pensamento, OLVE, passar um textão de métodos que fui usando e uso pra melhorar a auto-estima, passar minha rotina, mas então eu me pergunto se ao dizer tudo isso eu não estaria mais me metendo na vida dela que ajudando. Ela tem uma opinião muito errada sobre algumas coisas, e eu queria dar umas dicas, mas penso também que às vezes o aprendizado do outro consiste nele mesmo passar por determinadas situações até que ele mesmo aprenda, assim como um mentor não influencia nas nossas experiências. Ele passa o que é preciso para o cara se ligar, mas tem consciência que o outro tem capacidade de se virar sozinho quando for o momento. 

Essa dúvida também tenho as vezes ao fazer consultas de tarot para outras pessoas. Tento restringir ao que vejo nas cartas, mas as vezes é difícil ver a pessoa bater com a cabeça na parede de novo e de novo. 

Um detalhe interessante, ainda sobre essa moça do mapa astral,  é que ela é da Bulgária, ela nem sequer consegue falar pessoalmente em português. Isso ajudou a quebrar a ideia errada que eu tinha de que a tendência de relacionar karma com castigo era uma coisa mais forte na nossa cultura brasileira.

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  • 2 weeks later...
Em 22/02/2019 at 06:57, Jutb disse:

Ela tem uma opinião muito errada sobre algumas coisas, e eu queria dar umas dicas, mas penso também que às vezes o aprendizado do outro consiste nele mesmo passar por determinadas situações até que ele mesmo aprenda, assim como um mentor não influencia nas nossas experiências. Ele passa o que é preciso para o cara se ligar, mas tem consciência que o outro tem capacidade de se virar sozinho quando for o momento. 

a tarefa esclarecedora, a TARES, tem que ser exercida ao meu ver, sempre que possível, se a pessoa lhe deu espaço para isso, fale, não perca a oportunidade, talvéz essa pessoa não tenha outra oportunidade de ouvir o que deveria ouvir, e você seria o canal do amparador com esta consciência. Não temos que convencer ninguém a nada, todos tem suas escolhas e os caminhos que querem seguir, somente comunicamos, ensinamos o que sabemos e seguimos adiante evoluindo também. Abs

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Cuidado para não ultrapassar os limites. Fale apenas o que sentir que está na hora de ser dito. Informação demais, as vezes, podem confundir mais do que ajudar e tem coisa que não adianta explicar porque a pessoa só vai entender quando for o momento certo. Nessas situações você precisa exercitar sua capacidade de saber solicitar os feedbacks e analisar para saber até onde pode ir.

Além disso, é sempre bom lembrar que possuímos limitações. Todos nós. E muito do que pensamos ser certo em um dado momento, depois percebemos não ser a verdade completa e algumas vezes até nos descobrimos errados em algumas coisas. Por isso é bom ir devagar e não cair na ilusão de possuir muito mais conhecimento que o outro porque é fácil cair numa armadilha do ego nessas situações.

Um bom conselho é só falar sobre aquilo que a própria pessoa estiver puxando. Por mais que achemos que temos muito mais para passar, tudo tem seu tempo certo e a semente não germina no terreno que não foi cuidadosamente preparado.

É importante buscar o equilíbrio mesmo no momento de passar informações para o outro. Da mesma forma que negar ou segurar informações pode ser ruim, passar informações demais de uma só vez também pode. Lembre-se: caminho do meio. Algumas coisas só serão compreendidas se forem ditas no momento propício. E só assim serão úteis. Todo o resto é desperdício. 

Quando o aluno está preparado, ele mesmo é capaz de formular as perguntas corretas e só neste momento as ricas respostas do sábio professor podem abrir caminho para uma correta compreensão. Para ajudar por meio do esclarecimento, é preciso antes conhecer essa verdade e perceber que esse é o caminho natural já que muitas vezes a própria vida é o professor. Aprenda a caminhar junto ao fluxo natural das coisas, de forma fluida, sem apressar, sem se perder. Só assim é possível ajudar verdadeiramente.

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  • 4 months later...
Em 07/03/2019 at 01:06, Iogui disse:

a semente não germina no terreno que não foi cuidadosamente preparad

Iogui, tenho essa mania desagradável de ler e não reagir - não responder, não dar like, nada, e então parece que não li, mas saiba que li e reli umas 4 vezes sua resposta, e ela me ajudou muito. Obrigada.

De lá pra cá minha compreensão melhorou um pouco. Antes meu pensamento era algo como "bem, se mexer... posso fazer bagunça, então vou deixar assim mesmo. Tá ruim, mas... vai que eu pioro?" 

Mas agora já tô entendendo melhor que esse medo - medo de mexer no aprendizado, no carma - não faz sentido porque sinplesmente não é assim que a vida funciona.

Imagine só você ir até o fulano dizer algo e... pronto, ele entende tudo, enxerga tudo sob aquele ângulo e diz "Nossa, obrigado! Você mudou a minha vida. Mudou com uma única frase!" 

Imagino que quem leia eu dizer isso pense "nossa, mas qualquer um sabe disso... " mas... será que a gente sabe? Uma das coisas que mais fazemos é tentar mudar o outro - o tempo todo - em um ciclo de motivação e frustração. Isso se aplica a tudo! Ou a gente se revolta com o outro por ter aqueles pensamentos que tem, ou então vai ao outro extremo, não menos pior: pensa que o outro não escuta porque é um teimoso, porque o problema está em você, ou em algo que pode ser mudado - uma mudança de fora pra dentro. Música, filme, novela, no geral estão todos com sua história construida em cima desse mesmo... pensamento simples que fazemos virar um drama - alguém que quer mudar algo, não consegue, se revolta e termina sofrendo amargurado. Mas apenas até se motivar novamente, tentar mudar e de novo e de novo se decepcionar.

Então sobre essa minha coisa agora tô fazendo assim: eu dou a minha opinião (o que já é um avanço, antes eu temia até isso) mas se vejo que a pessoa continua falando a mesma coisa, mesmo embora eu tenha tentado explicar mais de uma vez, eu paro, espero, e deixo. Deixo a pessoa ali com o pensamendo dela, explicando sua opinião, e se encontro uma brecha para introduzir uma dica, introduzo, mas se não vejo essa brecha (maioria das vezes) eu deixo e não toco mais no assunto. Também não fico tentando colocar as dicas no meio da conversa a força. Deixo fluir.

As vezes penso se está correto, mas acho que sim. No geral é mais isso mesmo que você disse, Iogui, esperar que a pessoa pergunte.

Até agora não senti que minha ajuda foi útil, no geral a pessoa continua sem enxergar a raiz do problema. Inclusive essa moça do texto contínua com os mesmos pensamentos de auto punição, tá até um pouco pior... mas vai ver será útil psra algo que ela só vai se ligar lá na frente.

Explico mas se o outro não entende não fico tentando explicar de novo e de novo, deixo que ele releia - ou pesquise. Pelo menos nuca mais fiz o que eu fazia antes, por exemplo, de ficar vendo filmes, lendo livros inteiros, muitas vezes na pressa, só pra pegar uma dica pra dar para o outro. Cheguei ao ponto de regravar uma meditação guiada DE UMA HORA em inglês só para mandar para uma pessoa...

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