Jump to content
  • advertisement_alt
  • advertisement_alt
  • advertisement_alt

Mente livre


Serra Angel

Recommended Posts

Não sei se estamos bem cônscios de quanto estamos escravizados à palavra, ao símbolo, à idéia. Nunca pomos em dúvida a importância ou o significado da palavra. Empregando o termo “palavra”, tenho em mente o símbolo, o “processo de dar nome”, com sua extraordinária profundeza ou superficialidade, processo mediante o qual pensamos ter compreendido todo o significado da vida. Não parecemos perceber, nenhum de nós, a extensão em que a mente (…) se acha na dependência da palavra, do símbolo, do nome, do termo; (…) (Idem, pág. 48)

Como tenho tentado explicar, acho que a crise surgida no mundo não é econômica, nem social, porém uma crise na mente, na consciência; e não pode haver solução para essa crise, a menos que se verifique mutação profunda, fundamental em cada um de nós. Mas tal mutação só se tomará possível, se compreendermos o inteiro processo da “verbalização”, ou seja, a estrutura psicológica da palavra. (…) (Experimente um Novo Caminho, pág. 50)

Ora, se removermos a palavra, que resta? A palavra representa o passado (…) As inumeráveis imagens, as camadas de experiência, estão todas baseadas na palavra, na idéia, na memória. Da memória provém o pensamento, e ao pensamento atribuímos importância desmedida; mas eu contesto decididamente essa importância. O pensamento não pode (…) cultivar a compaixão. Teremos mentes mecânicas, semelhantes a computadores, exercitadas unicamente para executar certas funções; continuaremos a buscar a segurança física e psicológica, e perderemos a extraordinária profundeza e beleza, o significado integral da vida.(Idem, pág. 50-51)

É essencial ter uma mente tranqüila (…) Quanto maior for o vosso interesse por alguma coisa, quanto maior a vossa intenção de compreender, tanto mais simples, clara e livre estará a mente. Cessa, então a verbalização. Afinal, o pensamento é a palavra, e a palavra é que perturba. É “a cortina de palavras, a memória, que se interpõe entre o desafio e a resposta”.(…) Assim sendo, a mente que vive a tagarelar, a verbalizar, não pode compreender a verdade - a verdade nas relações (…) (O que te fará Feliz?, pág. 107-108)

(…) A comunicação não é a verbalização, não é o vestir a experiência. Se vestimos a experiência, se lhe pomos uma vestimenta, se a moldamos, perder-se-á o seu perfume e profundeza. Só pode haver, portanto, uma mente fresca, (…) nova, quando o experimentar não é revestido de palavras. (…) A verbalização é acumulação. É extremamente difícil e árduo expressar e ao mesmo tempo não nos deixarmos prender na rede das palavras. (O que te Fará Feliz, pág. 110)

Que é pensamento? Sem a memória não há pensamento (…) O pensamento é resultado da experiência acumulada, que é o passado (…) Isto é, o pensamento, indubitavelmente, é reação da memória. Mas, que é memória? A memória, a conservação da lembrança, é a verbalização da experiência (…) (Idem, pág. 122-123)

Há desafio e reação - o que significa experiência - e essa experiência é verbalizada. Essa verbalização cria a memória; e a reação da memória ao desafio é o pensamento. Portanto, pensamento é verbalização (…) (O que te fará Feliz?, pág. 123)

Não sei se já tentastes pensar sem palavras. O pensamento é a palavra. Sem a verbalização, sem a palavra, o pensamento (…) não existe. Se perceberdes, pois, que a palavra - a verbalização - é o processo do pensamento, não se trata então de controlar o pensamento, mas sim de fazer desaparecer o pensamento como “verbalização” (…) (Idem, pág. 123)

Por que pomos em palavras as nossas respostas e reações? Por uma razão muito óbvia: para comunicarmos, para contarmos a outrem o nosso sentimento. Verbalizamos, também, com o fim de fortalecer o sentimento, com o fim de fixá-lo, de contemplá-lo, de recapturar o sentimento que nos fugiu. (…) (Idem, pág. 123-124)

A palavra tomou o lugar do sentimento que se foi. Assume, desse modo, a palavra toda a importância, em lugar do próprio sentimento, da reação, da experiência. (…) Dessarte, a palavra se torna pensamento, o qual obsta ao “experimentar”. (O que te fará Feliz?, pág. 124)

Nosso problema, pois, é o seguinte: é possível deixarmos de “verbalizar”, de dar nome, de determinar? (…) Vós o fazeis com freqüência, porém, inconscientemente. Quando defrontais uma crise, com um súbito desafio, não há verbalização. Vós a enfrentais de modo completo. (…) (Idem, pág. 124)

(…) Isso é possível, portanto, mas somente quando a palavra deixa de ser importante, o que significa: quando o pensamento, a idéia, deixa de ser importante. Quando uma idéia se torna importante, torna-se então importante o padrão, a ideologia (…) (O que te fará Feliz?, pág. 124)

Nessa condições, a palavra só se torna importante quando não é importante o experimentar, quando não há o “estado de experimentar”, que é enfrentar o desafio sem verbalização, sem a cortina protetora das palavras. (…) (Idem, pág. 124-125)

Assim, pois, restam-nos apenas pensamentos, tendo desaparecido o pensador. (…) E o pensamento cria o pensador, o qual, então, comunica o seu pensamento. O pensador é meramente a “verbalização” do pensamento. (Idem, pág. 122)

Toda verbalização do pensamento é produto do tempo, da memória, e por meio desse processo a mente não pode, em tempo algum, descobrir nada novo. (…) (Palestras na Austrália e Holanda, 1955, pág. 19-20)

(…) Como pode a mente tornar-se quieta? No momento em que vos fazeis essa pergunta, realmente, com verdadeiro interesse, qual é o estado da vossa mente? Não está ela quieta? Já não está “tagarelando”, analisando, julgando; está vigilante, observando, porque “não sabeis”. O próprio “estado de não saber” é o começo da tranqüilidade. (…) (Claridade na Ação, pág. 164)

A meditação é todo esse processo que produz um estado no qual a mente se torna tranqüila, (…) “O novo” não pode ser verbalizado; não há palavras que o exprimam; (…) não é comunicável. É algo que se manifesta quando a mente é também nova; e todo esse complexo “processo” de autoconhecimento é meditação. (Idem, pág. 165)

Assim, a mente que está atenta se acha num estado de não-contradição (…), em que nenhum esforço existe. (…) Do contrário, (…) a mente não pode ser esvaziada. (…) A mente, em geral, é “barulhenta”. Está sempre a “tagarelar”. Sempre monologando, ou dizendo repetidamente o que irá fazer, o que fez, o que deve fazer, etc. Nunca está quieta. (…) (Uma Nova Maneira de Agir, 1ª ed., pág. 75)

É essencial ter uma mente tranqüila, a fim de compreender (…) Cessa, então, a verbalização (…) É “a cortina de palavras”, a memória, que se interpõe entre o desafio e a resposta. É a palavra (…) o que chamamos intelectualização. Assim sendo, a mente que vive a tagarelar, a verbalizar, não pode compreender a verdade nas relações (…) (O que te fará Feliz?, pág. 107-108)

(…) A mente anda sempre tão ocupada e distraída, constantemente tagarelando, sem nunca ver nem escutar! Mas, quando a mente está quieta, o escutar e o ver nenhum esforço requerem. (…) (O Homem e seus Desejos em Conflito, 1ª ed., pág. 108)

fonte: http://www.krishnamurti.org.br/?q=node/654

Link to comment
Share on other sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.
Note: Your post will require moderator approval before it will be visible.

Guest
Reply to this topic...

×   Pasted as rich text.   Restore formatting

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

×
×
  • Create New...