Na maioria das vezes em que leio sobre projeção, há uma relação entre a facilidade em sair do corpo e a evolução espiritual - evolução sempre num sentido de "moral cristã".
Digo "moral cristã", pois, quem se interessa por filosofia, moral, Nietzsche, já deve ter lido os conceitos sobre a genealogia da moral, moral do senhor x moral do escravo etc. Em suma, Nietzsche alega que as religiões pré cristãs (politeísmo grego, germânico, romano etc) eram pautados em valores como força, beleza, honra, coragem, justiça; enquanto o cristianismo passou a valorizar a fraqueza ("bem aventurados os que choram", "se te agredirem, dê a outra face"), a pobreza ("ricos não irão para o céu"), ao passo que valores como a beleza, força e coragem perderam a importância. A "moral do escravo" seria basicamente a moral dos perdedores, imposta pelos primeiros cristãos. Portanto, uma pessoa evoluída/abençoada para um politeísta espartano seria um cara forte, bonito, atlético, rico, inteligente... Enquanto um cristão evoluído poderia ser feio, burro, ignorante, desde que fosse caridoso, bondoso e cheio de fé.
Fechando esses parêntesis, sem entrar no mérito (a proposta não é definir a melhor moral), só para explicar porque falei em "evolução segundo a moral cristã" (ligada, normalmente à morte/diminuição do ego), gostaria de saber de vocês se essa relação entre projeção e "evolução" realmente existe. Pois, há ordens iniciáticas de mão esquerda, por exemplo, que vêem a evolução com base em uma moral quase oposta à cristã (mais semelhante ao paganismo antigo que já expliquei resumidamente) e ensinam a projeção também.
Em suma, a projeção é algo simplesmente biológico como transar e urinar (bons e maus o fazem igualmente), de forma que apenas os encontros astrais seriam diversos (iguais atraindo iguais), ou realmente há uma facilidade dos "bons" e "evoluídos" se manterem lúcidos fora do corpo, como ensina o pessoal da conscienciologia e espiritualistas em geral?
Obrigado.