Jump to content
  • advertisement_alt
  • advertisement_alt
  • advertisement_alt

Budismo e Espiritismo


Martyn Stubbs

Recommended Posts

  • 5 years later...
  • 1 year later...

Gostaria de saber a opinião de vocês a respeito da questão sublinhada abaixo:

Sigo a filosofia budista e também a doutrina espírita.

Não sei se entendi errado, mas após ler a questão 657 do livro dos espíritos vi que o espiritismo não aprova a vida contemplativa e a meditação, que é o que o budismo faz. A questão diz que seria uma vida inútil à humanidade por não visar a prática do bem. Mas eu entendo que o autoconhecimento pode resultar na prática o bem e não concordo com a questão.

Vou transcrever abaixo a questão do livro dos espíritos e um comentário do espírito Miramez:

 

pixel.gif

Citar

Parte Terceira

Das leis morais


CAPÍTULO II

DA LEI DE ADORAÇÃO

Vida contemplativa

657. Têm, perante Deus, algum mérito os que se consagram à vida contemplativa, uma vez que nenhum mal fazem e só em Deus pensam?

“Não, porquanto, se é certo que não fazem o mal, também o é que não fazem o bem e são inúteis. Demais, não fazer o bem já é um mal. Deus quer que o homem pense Nele, mas não quer que só Nele pense, pois que lhe impôs deveres a cumprir na Terra. Quem passa todo o tempo na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque vive uma vida toda pessoal e inútil à Humanidade e Deus lhe pedirá contas do bem que não houver feito.” (640)

Comentado pelo Espírito Miramez:

FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIII

Questão 657 comentada

CONTEMPLAÇÃO


A vida contemplativa é um estágio da alma que procura algo de real para a sua solidificação espiritual. O "nada se perde" pode ser usado em tudo. À primeira vista, nos parece que a contemplação de nada serve; evidentemente não serve para nós, mas prepara quem está sem rumo para um trabalho no futuro, de grande valia.

Nunca devemos incentivar a vida contemplativa, pois é semente de difícil germinação, todavia, quem precisa dela na espontaneidade de suas decisões, que o faça, e que Deus abençoe o seu gesto no preparo para a vida maior. Diante deste assunto, vamos repetir a resposta à pergunta de número quinhentos e trinta e seis, quando os Espíritos benfeitores assim respondem:

Tudo tem uma razão de ser, e nada acontece sem a permissão de Deus.

Quem tem uma vida contemplativa, o que nos dias atuais já não ocorre muito, desejou tê-la. O desejo é uma prece, e Deus permitiu, conforme nos relata "O Livro dos Espíritos".

Sabemos que o homem ignorante é fácil de entrar nas linhas do fanatismo; da adoração pela vida reta, ele passa para a contemplação, que é vida inerte, contudo, Deus aproveita tudo para a iluminação das criaturas. É, repetimos, o nada se perde.

Houve uma época em que, no velho Oriente, se encontrava multidão de pessoas em estado de contemplação, com a idéia fixa de entrar no Todo, em busca da felicidade, e Jesus veio salvar essas criaturas, colocando-as em movimento, porque o próprio Deus que eles adoravam somente pelo pensamento, trabalha constantemente. Se Ele parar por uma fração de segundo, toda a criação se desnorteia em seus destinos.

Porque o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido. (Mateus, 18:11)

Jesus não ficou se demorando em contemplações improfícuas para Ele, mas apenas orava em curtos minutos, pedindo ao Pai forças novas para as Suas grandes realizações. E ensinou, igualmente, aos Seus discípulos a se movimentarem permanentemente. O Espírito, quando chega a um grau de despertamento, não deve parar, porque seus poderes desenvolvidos, quanto mais circularem em serviço de Deus, mais crescem em Cristo.

Precisamos anotar na mente que aquele que pára de fazer o mal, por vezes fica algum tempo sem fazer o bem, para ir gradativamente se acostumando com a idéia de luz do bem coletivo. As mudanças bruscas não podem acontecer. Vê que Jesus, na Sua jornada de luz, do Céu para a Terra, o quanto tempo demorou, e mesmo quando estava na Terra, silenciou dos treze aos trinta anos, esperando a hora certa que o Pai determinaria para a Sua ação junto ao Seu rebanho!

É justo que quem passa a vida toda em estado de contemplação nada faz de meritório para os outros, mas não podemos esquecer que ele faz para si mesmo, algo que o prepara para o benefício coletivo no futuro. Ninguém nasce perfeitamente despertado para a Luz; esse despertamento custa-lhe tempo, espaço e boa vontade. Os grandes ensinamentos sempre vibraram na Terra, porque Deus nada esquece; mas somente os que têm maturidade os aceitam e vivem no dia-a-dia.

Não conhecemos Espírito algum, já livre de todo o mal, iluminado, que não tenha passado pelos mesmos trilhos de despertamento, pelos mesmos processos de elevação que estão destinados a todos. A luz da alma é a soma de muitas vestes físicas, que a lei de amor determina na mais alta expressão de carinho.

 

Obs. ainda vou assistir o vídeo do início do tópico, não sei se lá algo é dito sobre isso.

 

Link to comment
Share on other sites

O que em geral se critica é a vida limitada dos  monges, que tem um  aprendizado também limitado  porque tem interação limitada e desafios psicológicos limitados. É fácil achar que é equilibrado se você vive afastado da vida moderna.

Porém, os poucos que atingirem a meta, se tornam capazes de fazer um bem que antes não poderiam fazer, se ficassem se enredando em vinganças e paixões das vidas comuns, que não geram evolução alguma.

Aqui tem um relato da Barbara Ann Brennan,  uma experiência que ela teve no instituto Monroe.

Citar

Vi-me flutuando em meio a nuvens nas cores rosa e laranja. Alguns anjos revoavam por ali em grupo. Conversavam, mas eu não os entendia.

“Aonde vão?", perguntei.

“ Vamos ao trovão, para ver a criação. Quer ir conosco?

“Sim!”. Com grande curiosidade, juntei-me a eles.

O trovão era ensurdecedor, como várias bombas-H detonando ao mesmo tempo. Eu avistava todas as cores imagináveis e até mais. No en­tanto, tudo era suave, doce e muito seguro. Eu não sabia o que os anjos estavam fazendo ali. Observavam apenas ou procuravam alguma coisa?

....

O que em seguida observei foi que eu era um menino de mais ou menos 10 ou 12 anos, no Himalaia. Minha mãe subia comigo a monta­nha até um mosteiro. Eu estava com medo. Ignorava o que iria acon­tecer. Ela me deixou lá.

O tempo passou.

Agora, eu era um pouco mais velho. Os monges me confinavam numa caverna. Barravam a entrada com tijolos feitos de argila, palha e seixos. A caverna era bonita. Eu já tinha ido lá muitas vezes. Havia um fio de água que escorria aos fundos e uma borda ao longo de um dos lados. Achei que o lugar já tinha sido utilizado para a mesma finalidade antes. Os edifícios do mosteiro erguiam-se de ambos os lados da caverna, a cerca de quatrocentos metros de distância, projetando-se dos paredões. Senti-me ao mesmo tempo excitado e aterrorizado quando o último tijolo foi posto. Restou apenas uma pequena fenda no alto, de mais ou menos treze centímetros de largura. Diariamente, os monges coloca­vam uma tigela de mingau na fileira de tijolos que formava a beirada da fenda.

O tempo passou.

Eu continuava na caverna, registrando a informação obtida durante as meditações. Havia uma fileira de livros junto à parede que eu mesmo havia escrito. Minha pena parecia uma simples haste de bambu chanfrada na ponta. A tinta era feita de um pó preto, em parte cinzas, em parte terra negra ou carvão, misturadas com algum tipo de óleo, sangue de vaca e um pouco de água. Aparentemente, os monges me haviam dado aquilo, pois eu não dispunha de faca nem de outras ferramentas. Meu manto era cor de açafrão, sobre roupas marrons. Eu tinha um co­bertor para o inverno.

O tempo passou de novo.      ,

Eu era um velho. E continuava na caverna. Logo morreria. Estava pronto para deixar o corpo. Olhei outra vez em volta. Queria me lem­brar da beleza do local quando voltasse. Os livros já eram uns quinze. As páginas pareciam de livros, mas estavam dentro de largas folhas dobra­das, não enroladas. Eram diários de minhas experiências de meditação. Nos primeiros anos ali, eu tinha aprendido a sair do corpo e correr mundo. Fiquei muito interessado pelo Ocidente e fui lá várias vezes. Deixei facilmente o meu corpo, quando ele morreu.

Mas a tradição exigia que eu permanecesse na caverna até que ele se deteriorasse e se transformasse em pó. Esperei.

O tempo passou.

Esperei anos e anos, junto ao crânio do esqueleto sem carnes. Fiquei estendido no chão da caverna. Esperando.

Finalmente, saí. Uma vez fora, orientei-me pelos dois picos que se erguiam de cada lado, como sempre fizera. Virei à esquerda, depois no­vamente à esquerda, rumando para o Ocidente a fim de encontrar um novo corpo.

Encontrei uma mulher numa cabana que fora originalmente um abrigo de cabras. Ela estava dando à luz com dificuldade. O bebê ficara entalado no canal. O cordão umbilical estrangulava a menininha. Esta se esforçava para sair do corpo e conversar com seus guias para saber se devia ou não renunciar àquela oportunidade de nascer, abandonando o corpinho que sufocava.

Na vida anterior, ela morrera num lugar chamado Irlanda, com apenas 10 ou 12 anos de idade. Um carro de bois, atulhado de palha, derrubara-a e passara por cima dela. O condutor não notou nada a princípio. Órfã, a pequenina estava desesperada, sem coisa alguma para comer. Não notara a aproximação do carro. Seu vestido fora feito de dois retalhos de saco de estopa mal costurados, era verde e com manchas de grama.

Aproximei-me dos guias no cenário do parto. Aquela era uma opor­tunidade para curar e renascer. Sugeri entrar no corpo do bebê e nascer com a menina. Poderia usar o poder que adquirira durante minhas lon­gas meditações e completar o nascimento. A menina poderia viver alguns anos enquanto eu esperasse. Depois, eu me fundiria com ela — que sabia da minha presença ali, embora isso a confundisse. Então, aos poucos, eu começaria a ensinar o que escrevera em meus livros, que ainda estavam na caverna. Ela pensou um pouco e perguntou:

“ Você quer dizer que eu nunca mais ficarei sozinha. “Sim, é como vai ser.”

“Está bem.”

Entrei no corpo com ela. Após o nascimento, ficamos deitadas juntas por três dias. Tornei-me a voz íntima silenciosa, a que sabia. Ela era a que queria saber — tudo

Fonte: Cura Pela Luz Interior. pg 309-311

Nos parece óbvio que esse monge jogou aquela encarnação fora, mas

Quer  ele tenha se tornado a Barbara Ann Brennan, que seja o seu guia Interior, Heyoan, (parece ter havido alguma fusão ali, pelo relato) agora ele tem oportunidade de fazer um bem que um cidadão comum, que não tivesse optado por um caminho extremo, não teria .

Então também não dá para dizer que alguém que tem uma vida dessas, privado das experiências encarnatória s típicas,  num isolacionismo visto como egoísta, não obterá como resultado uma melhor capacitação para trabalhar pelos demais. 

 

Link to comment
Share on other sites

o video mostra a entrevista de um monge budista em um centro espírita..

e que muitos ensinamentos do Espiritismo estão em Harmonia com os ensinamentos do Budismo..

pequenos detalhes como esse da vida contemplativa parecem ser diferentes..

o praticante espírita tem seu momento diário de oração, prece.. e isso é um momento de meditação e contemplação..

o praticante budista também tem seu momento de praticar a generosidade e participar de trabalhos sociais... e isso é fazer o bem e praticar a Caridade..

Também sou Budista e gosto de frequentar centro espíritas para ouvir palestras, fazer tratamento com o passe espírita.

Link to comment
Share on other sites

Join the conversation

You can post now and register later. If you have an account, sign in now to post with your account.
Note: Your post will require moderator approval before it will be visible.

Guest
Reply to this topic...

×   Pasted as rich text.   Restore formatting

  Only 75 emoji are allowed.

×   Your link has been automatically embedded.   Display as a link instead

×   Your previous content has been restored.   Clear editor

×   You cannot paste images directly. Upload or insert images from URL.

×
×
  • Create New...