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Qual o sentido de lidar tanto com perdas?


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Nos últimos três meses o que eu mais tenho pesquisado na internet foram formas de lidar com decepção amorosa (pé na bunda pra ser mais específico), até cheguei a ler um tópico relacionado a isso neste fórum. E assim comecei a pensar no quanto que as pessoas sofrem por lutos de qualquer natureza, seja morte de parente ou rejeição. 

Se admitirmos que existe uma escala evolutiva, tipo aquela descrita no livro dos espíritos ou pelos conscienciólogos, temos que admitir que existem pessoas que conseguiram alcançar um grau de sabedoria maior, e que já não sofrem com certos dissabores da vida. Então comecei a pensar: "EM QUE MOMENTO e COMO o serenão deixou de sentir dor devido a um pé na bunda ou morte de um parente? Como ele aprendeu que perder pessoas "não tem nada demais"?"... Isso começou a virar uma curiosidade muito intrigante para mim, uma pessoa desse fórum disse num tópico que chegou a passar 8 (OITO!) ANOS PENSANDO NUMA EX (algo assim), isso para mim é um absurdo. Eu tive minha decepção há três meses e agora estou com medo de também passar oito anos pensando nessa pessoa, mas não sei exatamente quais os "botões" que devo apertar para isso não acontecer. 

Se um serenão não sofre com isso, a ideia de só esperar o tempo passar para se sentir melhor é uma abordagem bem primitiva para o nível dele. Então minha pergunta é: a partir de que momento paramos de sentir a dor da perda? Existe alguém aqui gabaritado o bastante para saber disso? Bem que poderia ter um serenão "anônimo" entre nós que pudesse dar essa mãozinha. Vejam o tanto de tempo que um luto severo faz a pessoa perder, o tanto de energia desperdiçada, é um sentimento que rouba teu livre arbítrio porque te deixa inoperante, sem conseguir trabalhar nos seus objetivos.  

Pergunto por isso porque realmente não aguento mais ficar sofrendo por essas coisas. Não quero mais sentir esse vazio matador quando uma pessoa parte, é um troço que sei que é "animal", "egoísta" ou o que quer que seja, mas é como se minha biologia e nível de conhecimento só conhecesse essa forma de encarar as coisas: sofrendo muito. 

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Olha, eu já passei por isso! Gostei de um rapaz um tempão... E nesse período ele teve vários relacionamentos, inícios e términos, então para ele era mais tranquilo recomeçar. Não penso que ele não sofreu nessas relaçõesas cada um tem um jeito de lídar com rupturas. Eu depois de muito quebrar a cara coloquei pontos finais naquilo que me trazia sofrimento. Mesmo as relações sendo complicadas não pode ser só angústia, estando ou não com a pessoa. Eu acredito que é uma boa fase de olhar para si mesmo, trabalhar o autoconhecimento, a auto-estima... porque o outro é um ser livre e você também é. Perdas nós fazem sofrer, é inevitável, viva seu luto, chore... Mas tente redirecionar os sentimentos para não cair em círculo de sofrimento, ressentimento e culpa. Isso nos faz muito mal em vários níveis e tu pode criar um vício em sofrência também hehe.

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Na próxima relação entre sem se apegar demais. Tenha em mente que a outra pessoa pode deixar de gostar. Assim, se tiver um término no relacionamento, vc pode esquecer em duas semanas ou um mês, pois já estava preparada. Isso não quer dizer que deve ser fria na relação. E as vezes a outra pessoa já dá indícios, observe.

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É necessário que meditemos sobre a natureza ilusória e transitória de todas as coisas. A origem do sofrimento é o apego. O apego às sensações de desse mundo, às pessoas, aos hábitos e à própria vida. Enquanto isso não é superado ficamos presos naquilo que não conseguimos deixar ir. Essas são palavras difíceis de aceitar, mas o caminho para a felicidade é o fim do apego e a aceitação da impermanência de todas as coisas. Claro que esse não é um estado fácil de ser adquirido, é preciso muito trabalho sobre si mesmo, muito autoconhecimento. 

Especificamente sobre relacionamentos, o amor verdadeiro é incondicional, você ama a pessoa e está pronto para deixa-la ir, pois não há nenhuma expectativa de retorno, nenhuma condição para amá-la. O amor que deseja ter e possuir é o amor do ego, por mais que existam sentimentos puros e verdadeiros juntos à ele. Eu entendo que o propósito maior de um relacionamento é o aprendizado que ambos podem ter com ele. Talvez o importante não seja quanto tempo você fica com a pessoa, mas o que você aprendeu ao estar com ela. 

Hoje você sofre por um rompimento, seu mundo parece ter desabado, mas um dia você supera. Eu poderia aqui escrever clichês como te recomendar que se concentre em outras coisas, sair com amigos (no caso da pandemia isso não é recomendável), ou mesmo para se abrir a outro relacionamento. Porém eu sei como é difícil tirar da cabeça a pessoa que foi por um tempo o centro do seu mundo. Sugiro ao invés disso tentar entender esse apego e trabalhar para superá-lo. 

 

 

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Notem nesta resportagem que diz ali que leva de 3 a 18 meses para o desconforto passar. Porém, o experimento que fizeram foi com pessos que tiveram relacionamento em média de 21 meses. Ou seja: parece bater com o que eu observei em mim obtive de resposta de outros:

O tempo para você não sentir mais nada é masi ou menos o mesmo tempo que durou seu relacionamento. 

https://brasil.elpais.com/brasil/2015/08/17/ciencia/1439808287_355579.html

E esse tipo de explicacao da reportagem tambem ajuda a entender porque quem decide sair do relacionamento fica bancando o "desapegado" enquanto que o outro, que foi pego de surpresa, ainda vai sofrer um bom tempo: quem decidiu sair ja não devia mais estar produzindo as substancias corporais correspondentes a mais tempo, e talvez por isso mesmo perdeu o interesse. Entao em tese não vai quase sofrer uma " crise de abstinencia" porque já  estava desligado daquilo. 

Evidentemente muitos outros fatores se somam nesse caso, mas é bom saber que uma parte disso é mera química corporal e que uma hora ese aspecto pelo menos irá passar.

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Em 27/12/2020 at 01:16, Olgen_Cella disse:

Se um serenão não sofre com isso, a ideia de só esperar o tempo passar para se sentir melhor é uma abordagem bem primitiva para o nível dele. Então minha pergunta é: a partir de que momento paramos de sentir a dor da perda? Existe alguém aqui gabaritado o bastante para saber disso? Bem que poderia ter um serenão "anônimo" entre nós que pudesse dar essa mãozinha. Vejam o tanto de tempo que um luto severo faz a pessoa perder, o tanto de energia desperdiçada, é um sentimento que rouba teu livre arbítrio porque te deixa inoperante, sem conseguir trabalhar nos seus objetivos. 

E quanto a fato de lidarmos com outras perdas, não só de relacionamentos, mas de parentes que morrem também: é possível não sofrer com essas coisas em nosso atual estado evolutivo ou isso seria muito "anti-humano"? 

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