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Entre Dois Mundos: Fusão de Consciências e Amparo


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O plano astral não é apenas um território de maravilhas, mas um labirinto enigmático que requer tanto destreza técnica quanto compreensão profunda dos mistérios que unem todas as coisas. As experiências narradas (decorrentes de duas projeções sucessivas) desafiam as fronteiras do que consideramos possível, nos envolvendo em uma maré de sensações. 

Acordei espontaneamente às 5h da manhã e encontrei-me em um estado de acuidade mental e emocional. Por volta das 6h, quando decidi adormecer novamente, meu foco estava claro e minha intenção bem definida: adentrar o reino do plano astral. Em poucos instantes,  o despertar foi avassalador, uma maré de sensações que envolveu cada fibra do meu ser. Não era apenas energia; era uma força viva/palpitante. Sabia que estava nas margens de uma projeção astral, a sensação funcionava como um farol, alertando-me que estava prestes a entrar em águas desconhecidas.

Estabelecendo minha intenção, invoquei a técnica de rolagem lateral. E então, no meio desse silêncio vibrante, uma voz ressoou no meu plano mental. Não era uma voz comum; era um timbre que carregava enigma e autoridade. "Tenha uma intenção clara", disse. Quando me vi em pé ao lado da cama, observei a minha esposa, adormecida e serena. Cada detalhe era tão incrivelmente vívido—dos fios individuais de seu cabelo aos padrões intricados da colcha—que me vi envolto em dúvida. Poderia, de fato, tudo isso ser uma projeção? Tirando meu foco de tal incerteza, comecei a me mover. Cada passo que dava em direção ao corredor lateral da cama era como flutuar numa bolha. Meu olhar ainda estava ancorado na visão da minha esposa adormecida quando cheguei à porta fechada do quarto. Com um misto de antecipação e curiosidade, estendi o braço e senti o êxtase: meu braço atravessou a porta. Sabendo que poderia fazer o mesmo com todo o meu ser, lancei-me para frente, transpondo a barreira física como se ela fosse feita de névoa. Meu destino era o quarto das crianças. A realidade se recompôs ao meu redor e vi uma consciência translúcida, quase como uma miragem de meu filho. No entanto, à medida que me aproximei, senti um vazio de reconhecimento; a entidade parecia completamente inconsciente da minha presença. Intrigado, comecei a circundar essa consciência. O ambiente ao redor dela era uma tapeçaria de emoções e pensamentos, cada centímetro dela emitia ondas que eu podia quase tocar. Mas mesmo com essa exploração detalhada, eu continuava sendo um observador invisível, uma sombra na sua existência. Então veio a sutil intuição que deveria fundir meu psicossoma com essa entidade desconhecida. Dando um passo à frente, percebi a fusão das nossas energias, um enlace tão íntimo que parecia que nossas almas estavam dançando. Minha cabeça astral encaixou-se com a dela em uma união quase mística. E conforme avançávamos nesse estado, tudo em volta começou a se desvanecer, a desaparecer na escuridão total. Nesse vazio, não havia agressão, apenas um fluxo contínuo e sutil de energia. Quando tentei focar minha atenção na entidade, buscando desvendar sua identidade, fui bruscamente lançado de volta à minha base, ao meu corpo físico. A transição foi tão abrupta que demorei alguns momentos para me reorientar. Mas aí estava eu, de volta ao meu ponto de origem, ainda tentando "digerir" a experiência. 

Ainda sentindo o fluxo contínuo de energias que remanesciam da experiência anterior, percebi que os veículos — o psicossoma e o soma — ainda não estavam completamente integrados. Como se impulsionado por essa discrepância, redirecionei minha atenção para o plano mental. Ante meus olhos fechados, as ondas típicas da penumbra começaram a coalescer, convergindo de periféricas para centrais no meu campo de visão. Num dado momento, uma mancha irregular, mas brilhante começou a rasgar o tecido da escuridão, dando forma a uma abertura como um buraco num pano. Por esse orifício, vislumbrei um cenário dinâmico, pulsante de vida, centrado em uma figura humana. Firmei minha intenção e utilizei a abertura como um portal. A transição foi abrupta. Num momento eu estava deitado na minha cama; no outro, me encontrei em um novo e complexo ambiente. Era um casarão suntuoso, de madeira decadente, corroído pelo tempo. Este lugar parecia uma pousada e abrigava várias consciências em seus múltiplos quartos. E o mais surpreendente: tudo ali me parecia vagamente familiar. A consciência que aparentava ser o responsável pelo lugar manifestou preocupações sobre o estado da residência e o perigo que ela poderia representar para os habitantes. Entendi, implicitamente, que seria eu quem investigaria o lugar. E assim o fiz, volitando através de diferentes ambientes, paredes, portas e pisos, otimizando meu tempo e esforço. À medida que percorria o casarão, a preocupação do "responsável" se mostrava cada vez mais válida. O estado da estrutura era lamentável: pinturas descascadas, portas e janelas deterioradas, e um piso surrado que gritava por manutenção. Os habitantes se vestiam de forma congruente com o ambiente, exibindo roupas velhas, rasgadas, costuradas à mão de forma rudimentar. Em um dos quartos, encontrei uma criança brincando perto de uma cama de ferro corroída. A criança lembrava fortemente a minha filha. Mais alarmante era o piso do quarto, uma madeira podre e instável que poderia ceder a qualquer momento. Cautelosamente, envolvi a criança em meus braços astrais e nos teletransportei até a recepção para alertar o responsável. Ele assegurou que o cômodo seria interditado. Ao me virar, notei que a criança já estava brincando com outras, num ambiente que se assemelhava a um playground. A atmosfera se encheu de uma sensação de satisfação, mas essa efêmera paz foi logo substituída por uma queda brusca na energia do lugar. Instantaneamente, me vi projetado no que parecia ser os subsolos do casarão. Lá, encontrei uma entidade temível. Musculosa, com uma caveira por cabeça, avançou em minha direção, empunhando um aríete adornado com um carneiro de chifres vigorosos. Eu ataquei com esferas de energia, desacelerando sua investida. Na iminência do combate corpo a corpo, ele se transfigurou em uma besta selvagem. A última coisa que me lembro foi de canalizar mais energia para um ataque final. Os detalhes do embate se perderam em meio a um véu de esquecimento. Quando retornei ao corpo físico, busquei freneticamente consolidar as memórias das duas projeções consecutivas.

Uma das nuances mais intrigantes nos relatos é a presença quase palpável de figuras que guardam uma impressionante semelhança com meus familiares mais próximos. Quer seja uma consciência translúcida que se assemelha ao meu filho, quer seja uma criança em um casarão decadente que traz à mente a minha filha, o domínio astral parece estar repleto de ecos da vida terrena, particularmente daqueles com quem temos vínculos familiares. A pergunta que se impõe é: seria isso mera coincidência ou um mecanismo mais profundo estaria em jogo? Poderíamos considerar a hipótese de que essas semelhanças são uma forma dos "amparadores" focarem nossa atenção. Afinal, que melhor maneira de capturar nossa atenção e guiar nossas ações do que através da aparência de alguém que amamos? Em um território tão vasto e desconhecido como o plano astral, é concebível que esses eles usem estratégias para garantir que permaneçamos focados, protegidos e, talvez, até cumprindo algum propósito maior que ainda não compreendemos totalmente.

O que é certo é que essas experiências nos oferecem uma oportunidade única para refletir sobre a natureza da consciência e as conexões que estabelecemos—não apenas em um nível físico, mas em um espectro muito mais amplo de existência. Seja como for, a presença destes familiares nas nossas projeções nos convida a prestar mais atenção aos laços que formamos e aos ensinamentos que podemos extrair de cada interação, seja ela deste mundo ou de outros ainda por explorar.

 

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