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Viagem Astral e psicografia


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Olá, estou terminando de ler o livro "Animismo e Espiritismo", de Alexander Aksakof, e encontrei alguns relatos que podem interessar especialmente os viajores astrais e estudiosos do assunto. Trata-se do relato de uma jovem que, em viagem astral, teria feito uma comunicação com parentes através da psicografia.

O livro "Animismo e Espiritismo" é uma relíquia. Escrito em 1890 por Aksakof, pretende buscar explicações para as hipóteses envolvendo a ação de espíritos e também do inconsciente do médium nos ditos "fenômenos espíritas", que eram abundantes naquela época. Há histórias bem interessantes envolvendo materialização de objetos, plantas, moldagem em gesso de partes do corpo (de espíritos), captação de espíritos em fotografias, psicografia, psicofonia (inclusive em idiomas desconhecidos pelo médium) e etc. Apesar dos métodos científicos serem bem arcaicos para os dias de hoje, os relatos valem bastante a pena.

O trecho é grande, leiam quando tiverem um tempinho.

abs

No mesmo artigo de Perty encontramos outro exemplo de escrita mediúnica executada pelo espírito de Sofia Swoboda, em uma sessão que se realizou em Mœdling, enquanto ela dormia em Viena. Reproduzo essa narração in extenso, segundo Perty:

“O caso seguinte é edificante, particularmente graças a um concurso de circunstâncias mui interessantes: o espírito transporta-se a um lugar distante, a um meio absolutamente estranho, e age por intervenção de um médium que ali se encontrava. Evidentemente este fato só tem valor com a condição de sua autenticidade ser garantida, como tenho todo o fundamento de admiti-lo, sob a fé dos documentos que me foram fornecidos.

A 21 de maio de 1866, dia de Pentecostes, Sofia (ela morava em Viena nessa época) tinha passado toda a manhã no Prater, na Exposição de Agricultura; voltou para casa muito fatigada e sofrendo de dor de cabeça. Depois de ter tomado uma refeição à pressa, retirou-se para seu quarto a fim de repousar. Quando se deitou eram quase 3 horas da tarde. Antes de adormecer, sentiu-se particularmente disposta a desdobrar-se, isto é, “deixar o corpo e agir independentemente dele”. As suas pálpebras entorpecidas fecharam-se e ela se achou transportada imediatamente a um quarto que lhe era bem conhecido, pertencente a uma pessoa que ela conhecia muito bem. Viu ali essa pessoa e tentou inutilmente fazer-se ver por ela; Sofia voltou então ao seu quarto, e sentindo-se ainda com bastante força, teve a idéia de dirigir-se à casa do Sr. Stratil, sogro de seu irmão Antônio, com a intenção de fazer-lhe uma surpresa agradável. Com a rapidez do pensamento, sentindo-se com liberdade de movimentos, transpôs o espaço, lançando apenas um olhar fugitivo sobre Viena e o Wienerberg, e achou-se transportada ao belo país que circunda a cidade de Mœdling; ali, viu-se no gabinete do Sr. Stratil, defronte dele próprio, e do Sr. Gustavo B., a quem muito estimava e ao qual desejava vivamente dar uma prova palpável da atividade independente do espírito, pois que ele sempre manifestara uma atitude céptica a tal respeito.

Toda entregue à impressão de seu deslocamento vertiginoso, e de humor prazenteiro, Sofia sentia-se admiravelmente bem, não experimentando inquietação nem abatimento.

Ela se dirigiu diretamente ao Sr. B. e lhe falou em tom ameno e alegre, quando subitamente despertou (em Viena), em conseqüência de um grito que retumbou no quarto vizinho ao seu, onde dormiam seus sobrinhos e sobrinhas. Abriu os olhos, profundamente contrariada, e pouco lhe ficou da conversação que entretivera em Mœdling, que tinha sido interrompida de maneira tão brusca.

Por felicidade, o Sr. B. tinha escrito cuidadosamente o diálogo inteiro. Essa ata foi anexada pelo Sr. Stratil à sua coleção de comunicações espíritas. A conversação com Sofia, por conseguinte, tinha apresentado os caracteres de uma comunicação espírita, dada por um médium. O relatório se-guinte faz parte da ata do Sr. Stratil:

No dia seguinte, isto é, a 22 de maio, a jovem Carolina, filha do Sr. Stratil, recebeu uma carta que lhe enviava (a Vie-na) seu pai, que estava em Mœdling. Entre outras, essa carta continha as perguntas seguintes:

“Como passou Sofia o dia 21 de maio?

Que fez ela?

Não dormiu nesse dia entre 3 e 4 horas da tarde?

Se dormiu, que viu em sonho?”

A família de Sofia tinha certeza de que ela havia estado deitada durante esse tempo, sofrendo de violenta dor de cabeça, mas ninguém tinha tido conhecimento do que ela vira em sonho. Antônio interrogou sua irmã a tal respeito, sem nada lhe dizer, entretanto, sobre a carta que tinha recebido de seu sogro. Contudo, a narração desse sonho colocava Sofia em um embaraço evidente: sem perceber onde seu irmão queria chegar com suas perguntas, ela hesitava em dar-lhe resposta. Respondeu-lhe que se recordava apenas do incidente principal, a saber: que tinha deixado o corpo e visitado outros lugares; que não se recordava mais quais fossem. E, entretanto, Sofia recordava-se perfeitamente bem de todas as particularidades de sua primeira visita, mas lhe era desagradável divulgá-las. Quanto à sua segunda visita, ela tinha perdido a lembrança precisa, por causa de seu brusco despertar, e apesar do desejo de dar parte dela a seu irmão, não o pôde.

Em conseqüência das instâncias deste último, ela chegou enfim a recordar-se de que se tinha achado em companhia de dois senhores, um velho, o outro moço, e que tinha tido com eles uma conversação animada; recordava-se de ter experimentado uma impressão desagradável em certo momento, por ter-se achado em desacordo com esses senhores.

Antônio comunicou todas essas particularidades para Mœdling e, em resposta, recebeu do Sr. Stratil uma carta com um embrulho lacrado. O Sr. Stratil manifestava o desejo de que esse embrulho só fosse aberto quando a própria Sofia falasse em uma carta que devia receber do Sr. B. Guardou-se segredo absoluto sobre essa correspondência e ninguém conhecia as intenções do Sr. Stratil; Antônio, assim como Rosa e Carolina, estavam reduzidos a formar conjecturas sobre as missivas estranhas do Sr. Stratil. Mas o desejo deste último de guardar intacto o pacote fechado foi respeitado rigorosamente. Passaram-se alguns dias e o embrulho lacrado ficou completamente esquecido no meio das preocupações quotidianas.

A 30 de maio, Sofia recebeu pelo Correio uma carta galante, acompanhada de uma fotografia do Sr. B. A carta di-zia:

“Senhora: Eis-me aqui. Reconheceis-me? Neste caso, peço-vos que me deis um lugar modesto no bordo do teto, ou na abóbada. Ficar-vos-ei muito grato não me suspendendo, se isso for possível; será preferível lançar-me em um álbum, ou antes em vosso livro de rezas, onde poderei facilmente passar por um santo, cujo aniversário se festeja a 28 de dezembro (dia dos Inocentes). Mas se não me reconhecerdes, meu retra-to nenhum valor poderá ter para vós, e neste caso eu vos ficarei muito obrigado se mo devolverdes. Aceitai, etc. – N. N.”

Os termos e torneios de frases empregados nessa carta eram bem familiares a Sofia. Parecia-lhe que as frases eram em grande parte as suas; porém ela só conservava das ditas frases uma vaga reminiscência. Mostrou a carta misteriosa a Antônio e às suas duas cunhadas; então Antônio abriu, em presença de todos, o pacote enviado pelo Sr. Stratil. Ele continha a ata de uma conversação psicografada com uma personagem invisível, em uma sessão em que as questões tinham sido apresentadas pelo próprio Sr. Stratil, funcionando o Sr. B. como médium.

Pela mão deste último é que as comunicações seguintes ti-nham sido escritas:

ATA

“Mœdling, 21 de maio de 1866, às 3:15 p.m.

Stratil – Eis-nos a sós, e desejaríamos comunicar com a mesma personagem feminina que se manifestou a 5 deste mês. Luísa T. nos tinha prometido voltar hoje, dia de Pente-costes. Estamos prontos, etc.

– Meu caro Gustavo, eu durmo e te vejo em sonho, e sou feliz. Sabes quem sou?

Gustavo B. – Não tenho disso a menor idéia e preferira que te fizesses conhecer.

– Não o posso nem o quero. É preciso que adivinhes.

Gustavo B. – Começo a acreditar, coisa estupefaciente... que estou em presença de...

– Erro. Sei o que queres dizer, sou uma mulher a quem tinhas igualmente prometido o teu retrato, e eu venho para lembrar-te a tua promessa. Sinto-me feliz em sonho, mas não é pelo fato de sonhar contigo, homem presunçoso... Isso não passa de uma coincidência fortuita.

Gustavo B. – Não sou bastante vaidoso para supor que a posse de meu retrato ou o meu aparecimento em sonho possa fazer a felicidade de quem quer que seja. Mas dize-me, minha desconhecida, por que motivo vens para recordar-me uma promessa tão fútil, que efetivamente eu já fiz a muitas pesso-as?

– É que hoje se te depara uma excelente oportunidade de cumprir com a palavra, sem constrangimento algum e sem despender coisa alguma. Qual a utilidade de encomendar três fotografias e destruir duas delas? Por que não obterei um dos exemplares condenados a perecer?

Gustavo B. – Seja; desde que estás tão bem informada, terás o meu retrato, ainda que eu tivesse para isso de mandar reproduzi-lo. Mas explica-me antes de tudo por que escreves em caracteres latinos e não em alemães, e dize-me em seguida, cara desconhecida, quem és tu, do contrário eu correria o risco de enviar o meu representante com um endereço falso, o que me comprometeria.

– Os caracteres latinos são de minha parte um simples capricho de criança. Quem sou? Eis o meu endereço, é para ali que enviarás a carta que vou ditar-te, pois desejo saber se me lembrarei, quando despertar, do que vejo em sonho. Escreverás...

Gustavo B. – Compõe a carta tu mesma, a fim de termos o confronto do teu sonho.

– Senhora, eis-me aqui, vós me reconheceis? Nesse caso, etc. – (Segue-se textualmente a carta anônima que Sofia tinha recebido.) – Endereço: À Sra. S. S. M. G. Alservorstadt, casa número 19.

Gustavo B. – É preciso dizer a rua, do contrário o endereço não fica completo.

– És perverso, bem o sabes. Lembras-te perfeitamente da promessa que me tinhas feito de enviar-me tua imagem encantada em um pedaço de papel. Tudo o mais é sem impor-tância; envia-me o mais cedo possível o teu retrato. Dar-me-ás prazer.

Gustavo B. – Então, adivinhei realmente a rua: é “Maria-nengasse”?

– Sim. E também adivinhaste da mesma forma os dois S.

Stratil – Efetivamente, mas o terceiro S pede permissão para te saudar na qualidade de sua cara prima.

(Segue-se uma observação jocosa por parte do senhor idoso e uma réplica de Sofia.)

Stratil – Apesar da pequena altercação que tivemos, espero que não terás má vontade ao terceiro S e aceitas o seu cumprimento?

– Como poderia eu ter má vontade a um amigo tão paternal? Mas é tempo de terminar o nosso colóquio. Começo a ouvir, como em meio sonho, as crianças gritarem e fazerem barulho no quarto vizinho ao meu, e sinto as idéias confundirem-se. Adeus. Envia-me uma carta e o teu retrato.

Gustavo B. – Obrigado por tua visita. Pedimos-lhe que aceites os nossos cumprimentos e esperamos que te lembrarás de nós depois do despertar. A carta e a fotografia lhe serão enviadas nesses poucos dias. Adeus e boa noite!

– Adeus, eu desp...

(Fim da sessão às 4 horas.)”

À leitura dessa ata, as recordações de Sofia tornavam-se cada vez mais precisas e ela exclamava a cada instante: “Oh! sim, é realmente isso!” Antes de terminada a leitura, Sofia tinha recuperado a memória e recordava-se de todas as particularidades que lhe tinham escapado em conseqüência de seu brusco despertar. Antônio tinha notado que a escrita em questão assemelhava-se muito à de Sofia, em seus temas de francês. Quanto a Sofia, a mesma opinião era aceita.

As atas das comunicações espíritas, escritas pela mão do Sr. Gustavo B., distinguem-se pela particularidade de não ser a escrita igual do princípio ao fim: quando ele escreve as perguntas apresentadas, a escrita é geralmente a sua própria, mas as respostas que ele deu na qualidade de médium são escritas por uma outra mão. Antônio relatou minuciosamente ao Sr. Stratil a atitude de Sofia depois do recebimento da carta e durante a leitura da ata. Esta narração está junto à sua rica coleção de comunicações psicográficas, ao lado da ata que acaba de ser lida.”

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