leonne Posted June 17, 2011 Report Share Posted June 17, 2011 O ÚLTIMO DOS MORTAIS O homem triste morava em pequenina água--furtada, na parte superior de velha casa em ruínas. Pardieiro sem dono. Paredões sem ninguém. Era tão pobre que podia comer somente algumas batatas por dia. Sentia-se desditoso. Supunha-se o último dos mortais. Contudo, era firme na fé e orava, quase com orgulho, todas as noites. — Deus de Bondade, dos aflitos da Terra sou o maior. — Deus de Bondade, graças te dou por ainda me alimentar com algumas batatas por dia. Dois anos passaram, quando, ao sentir-se mais aflito e mais infeliz, resolveu partir no rumo de outras terras. Ele, que sempre saía na direção do quintal à procura das raízes que o sustentavam, desta vez saiu do lado oposto, no propósito de partir. Ao descer o último aclive, ouviu vozes. Alguém gemia e voltou-se para ver. Só então pôde verificar que um aleijado, em chagas, morava embaixo, sobre um leito de palha e lama, vivendo quase que somente das cascas de batata que ele atirava fora... Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
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