Apolo441 Posted December 24, 2008 Report Share Posted December 24, 2008 A ESCRAVIDÃO PSICOLÓGICANão resta a menor dúvida de que estamos no limiar de uma terceira conflagração mundial. Por isto,escrevemos este livro intitulado A REVOLUÇÃO DA DIALÉTICA.Os tempos mudaram e estamos iniciando uma nova Era por entre o augusto troar do pensamento. Agoraprecisamos de uma ética revolucionária baseada em uma psicologia revolucionária.Sem uma ética fundamental, as melhores fórmulas sociais e econômicas ficam reduzidas a poeira. Éimpossível que o indivíduo se transforme se não se preocupa com a dissolução do eu.A escravidão psicológica destrói a convivência. Depender psicologicamente de alguém é escravidão. Senossa maneira de pensar, sentir e obrar depende da maneira de pensar, sentir e obrar daquelas pessoas queconvivem conosco, então estamos escravizados.Constantemente, recebemos cartas de muita gente desejosa de dissolver o eu, porém queixam-se damulher, dos filhos, do irmão, da família, do marido, do patrão, etc. Essas pessoas exigem condições paradissolver o eu, querem comodidades para aniquilar o Ego, reclamam magnífica conduta daqueles que comeles convivem.O mais gracioso de tudo isto é que essas pobres pessoas buscam as mais variadas evasivas: querem fugir,abandonar o lar, o trabalho, etc. – dizem que – para se realizarem a fundo.Pobre gente... seus adorados tormentos são seus amos. Naturalmente, essas pessoas não aprenderam a serlivres, sua conduta depende da conduta alheia.Se queremos seguir a senda da castidade e aspiramos a que primeiro a mulher seja casta, então estamosfracassados. Se queremos deixar de ser bêbados, porém nos afligimos quando nos oferecem o copo porcausa daquilo que dirão ou porque a recusa possa incomodar nossos amigos, então jamais deixaremos deser bêbados.Se queremos deixar de ser coléricos, irascíveis, iracundos, furiosos, porém como primeira condiçãoexigimos que aqueles que convivem conosco sejam amáveis e serenos e que nada façam que nos irrite,estamos bem fracassados, sim, porque eles não são santos e a qualquer momento acabarão com as nossasboas intenções.Se queremos dissolver o eu, precisamos ser livres. Quem depender da conduta alheia não poderá dissolvero eu. Temos de ter nossa própria conduta e não depender de ninguém. Nossos pensamentos, sentimentos eações devem fluir independentemente de dentro para fora.As piores dificuldades nos oferecem as melhores oportunidades. No passado, existiram sábios rodeadosde todo tipo de comodidade; sem dificuldades de espécie alguma. Esses sábios, querendo aniquilar o eu,tiveram de criar situações difíceis para si mesmos.Nas situações difíceis, temos oportunidades formidáveis para estudar nossos impulsos internos e externos,nossos pensamentos, sentimentos, ações... nossas reações, volições, etc.A convivência é um espelho de corpo inteiro onde podemos nos ver tal como somos e não comoaparentemente somos. A convivência é uma maravilha. Se estivermos bem atentos, poderemos descobrira cada instante nossos defeitos mais secretos. Eles afloram, saltam fora, quando menos esperamos.Conhecemos muitas pessoas que diziam: Eu não tenho mais ira… e à menor provocação trovejavam efaiscavam. Outros dizem: Eu não sinto mais ciúmes... porém basta um sorriso do cônjuge a qualquervizinho ou vizinha para os seus rostos se tornarem verdes de ciúmes.As pessoas protestam contra as dificuldades que a convivência lhes oferece. Não querem se dar conta deque essas dificuldades, precisamente elas, estão lhe brindando todas as oportunidades necessárias para adissolução do eu. A convivência é uma escola formidável. O livro dessa escola tem muitos tomos, o livrodessa escola é o eu.Necessitamos ser livres de verdade se é que realmente queremos dissolver o eu. Não é livre quemdepende da conduta alheia. Só aquele que se faz livre de verdade sabe o que é o amor. O escravo não sabeo que é o verdadeiro amor. Se somos escravos do pensar, do sentir e do fazer dos demais, nuncasaberemos o que é o amor.O amor nasce em nós quando acabamos com a escravidão psicológica. Temos de compreenderprofundamente e em todos os terrenos da mente esse complicado mecanismo da escravidão psicológica.Existem muitas formas de escravidão psicológica. É necessário estudar-se todas elas se é que realmentequeremos dissolver o eu.Existe escravidão psicológica não só no interno como também no externo. Existe a escravidão íntima, asecreta, a oculta, da qual não suspeitamos sequer remotamente.O escravo pensa que ama quando na verdade só está temendo. O escravo não sabe o que é o verdadeiroamor.A mulher que teme a seu marido, pensa que o adora quando na verdade só o está temendo. O marido queteme a sua mulher, pensa que a ama quando na realidade o que acontece é que a teme. Pode ser que temaque se vá com outro, que seu caráter se torne azedo, que o recuse sexualmente, etc.O trabalhador que teme ao patrão pensa que o ama, que o respeita, que vela por seus interesses, etc.Nenhum escravo psicológico sabe o que é amor; a escravidão psicológica é incompatível com o amor.Existem duas espécies de conduta: a primeira é a que vem de fora para dentro e a segunda é a que sai dedentro para fora. A primeira é o resultado da escravidão psicológica e se origina por reação. Nos pegam epegamos, nos insultam e respondemos com grosserias... O segundo tipo de conduta é melhor, é o tipo deconduta daquele que já não é escravo, daquele que nada mais tem que ver com o pensar, o sentir e o fazerdos demais. Tal tipo de conduta é independente, é conduta reta e justa. Se nos pegam, respondemosabençoando. Se nos insultam, guardamos silêncio. Se querem nos embriagar, não bebemos ainda quenossos amigos se aborreçam, etc.Agora, nossos leitores compreenderão porque a liberdade psicológica traz isso que se chama amor. Quote Link to comment Share on other sites More sharing options...
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